
domingo, agosto 16, 2009
sábado, agosto 15, 2009
sexta-feira, agosto 07, 2009
quinta-feira, agosto 06, 2009
Um único sentido nunca se faz só
Talvez inocentes e invisíveis pensamentos se cruzem entre si, sobre os ventos onde navegam em trajecto circunscrito, indiferentes às amarras da mente, fugindo à socapa por entre a reprovação dos seus criadores. Talvez o desejo depois de concebido pudesse ser inscrito e marcado para sempre nas margens da imaginação. Talvez as vontades alheias se abraçassem, os sorrisos se contagiassem e o toque surgisse de uma ancestral necessidade de nos amarmos e sofrermos como iguais. Na memória, cresceriam favores contrários à contraditória vontade sacrificada pelos genes que lhes deram forma.
Não te posso falar porque o som não te chegará pela distância dos símbolos e significados. Não te posso sorrir porque a boca se encontra também ao serviço de outras palavras não reveladas. Não te poderei tocar porque as mãos, atadas a outras acções permanentes, não se conseguem libertar. Não te poderei eu sorrir, nem tocar, nem te olhar pela cegueira que se moldou na indiferença que aprendi a criar, pelo medo que adoptei no meu colo já adormecido, pelo desconhecido que embalei, dia a dia, em imutável permanência. O desconforto de pisar outros caminhos que nunca se usam, mas que se podem cruzar com o teu. E da nascente crescente de acções mecanizadas, seguem novos sentidos, descobrem-se discriminados e lentos caminhos que param nos teus sonhos para te gritar em calma e sussurrar em exaustão. Encontro-te então aí. A meio caminho. Já nos vimos antes sem nunca o reconhecer. Pressentimos, talvez, imagens de filmes distanciados pela memória, músicas desconstruídas por outros intérpretes, histórias que viajam com a imperiosa necessidade de se mostrar para sobreviverem apenas na tua mente. Convicções que desejamos manter mesmo que se mantenham desfeitas e desamparadas em nós. Silêncios onde apenas persiste o silêncio. E um mesmo cenário estranhamente contrastante.
Será então tempo de desconstruir as certezas e desvanecer as montras onde se amontoam desejos egocêntricos e talvez de mim se desprendam afectos que se tornem morada. Talvez um mar de palavras inocentes chegue também a ti e te sussurre sentidos que te pertençam, silêncios amenos, respirações cálidas e a simplicidade das pulsações de um momento. Talvez te sintas feliz assim.
segunda-feira, agosto 03, 2009
As gotas de àgua também ecoam no tempo...
Nunca soube como começar. E nem sei o motivo porque te escrevo, nem como te hei-de contar o que talvez não deva ser convertido em facto concreto. Este é um começo enviesado e prolongado nas duvidas da minha existência. Esta folha é talvez o espelho torto e partido onde te questiono sobre o meu reflexo. Sei apenas dos porquês da minhas reticências.
Porque sempre permaneceste no submundo da espera pelas respostas, e as respostas que te vendem são sempre as mais adequadas mas não cabem nas escolhas que queres para ti. E aqui estou eu, com a chave desse mundo discreto que suplicas aos outros. Só eu sei como é o percurso de regresso, quando a ida não tem ainda origem em qualquer espaço do mundo. Só eu sei onde colocar as malas desalojadas de pensamentos antes de adormecer e sei de cor qual a cor da linha entre o céu e o mar onde te posso encontrar. Sei desencontrar os quadros das memórias e espreitar entre as vigas das janelas que nos separam de fora e de qualquer outro alheio lado de cá. Sei construir torres de contradições que te suportem até a um qualquer fim de mundo, para que vejas sem jamais tocar. Sei decorar os preconceitos com mantos negros, para que os toques sem os olhar. Sei flutuar sobre o suspiro que me escolhe como mensageira deste momento. Sei ordenar-te nesta coreografia de linhas sem prece nem preceito. E a dança desta escrita viajante recomeça.
Escorrego a cada palavra, desligo cada silêncio do momento exacto e volto a liga-lo noutro lugar. Assim troco as voltas da tua vontade, servindo-me dos malabarismos da minha mente para te ludibriar. E sim, consigo demorar-te nesses segredos invisíveis que moram na película transparente dos sonhos, dos espelhos e das fantasias. Torno-me a maior fonte do teu prazer inexistente. A límpida e iluminada forma de nunca te servir para nada. O meio de transporte que nunca chega quando não tens que seguir para lado algum. As linhas escritas como cópias de outros sentimentos, sentidos por outras personagens às quais conheces os sons e a cor, e que esqueceste debaixo do tapete longínquo da memória. Torno-me uma vulgar, vacilante e desconhecida ilusão. Torno-me distância perdida entre todas as distâncias. Sou o som sonâmbulo de uma sempre eterna e única música, uma canção repetida.
Depois, solenemente, encho-me de uma velha vergonha pelo que nunca presenciei de ti e escondo-me novamente dentro de algo perfeito e confortável que ainda persista em mim. Só saio à noite, e para te escrever. Só saio com a consciência das vontades. Cresço de mim com esse adubo que fermenta o pensamento e o desentranha das ilusões sempre repetidas. Quero corrigir as formas distantes que constantemente te fogem do olhar e desenhar outros olhos que se dirijam também a mim. Quero-me embalar nessas espirais de outras direcções a perseguir.
Quero, quero e quero e a vontade nada mais faz que alargar o tempo. E o tempo dorme com a paciência enquanto eu aqueço as noites e me esqueço de espera-lo pacientemente.
(...)
Este caminho repete a minha paisagem, certa por não ter direcção e regressar ao sonho que ressoa em mim. Esta carta em começo permanente, quer levar-me sem fim à vista, a um olhar. Não sei como começar, antes de viajar dentro dessa eterna imensidão. Não sei como começar sem antes te encontrar por aqui, nesta morada enraizada entre um pensamento e um coração... "
(Agosto 2006)
E assim, Rita continuava a sua viagem sem nome, transpondo para outros dias as marcas sem tempo que antes a desassossegavam. Curiosamente, o passado tornava-se, aos seus sentidos, um balsamo reinventado, de cada vez que caminhava. Um passo atrás de outro. Um passo à frente... Ou nenhum passo :)
domingo, julho 12, 2009
sábado, julho 04, 2009
terça-feira, junho 30, 2009
segunda-feira, junho 29, 2009
Nem Deus nem Senhor
"A luz é tão cega
Que nunca se entrega
Só se deixa ver
Numa razão de ser
Sem sequer entender
Os olhos que a vão receber
E o rasto que fica
É uma coisa antiga
Que a gente tem pr´a dar
E só pode encontrar
Quando morrer a procurar
Salvo pelo amor
Só se pode ser salvo pelo amor
No sentido perdido ganhador
Não tem Deus nem Senhor
Esta dor
Anda à solta por aí
Que eu bem a vi
Ai, se eu pudesse parar
Se eu vos pudesse contar
Salvo pelo amor
Não existe derrota para a dor
Com o seu capital triturador
Não tem Deus nem Senhor
É simplesmente dor
Que é o que faz questão de ser
Sem entender
Que a vida toda surgiu
De um sol que nunca se viu
Nem sei se existe "
José Mário Branco
(do CD "Resistir é vencer")
segunda-feira, junho 22, 2009
Serve o tempo...
Por enquanto.
segunda-feira, junho 08, 2009
As frases
Claudia Portas
Num dos meus passeios pela Internet, encostando o olhar entre páginas das mais diversas naturezas, blogs, twitters e afins, veio ao meu encontro uma frase que toca a realidade que vou vivendo nos últimos tempos. É por estas e outras frases - e outras linguagens que vão aparecendo e traduzindo nos sentidos - que gosto e atribuo significado à palavra coincidência. Coincidência será assim o eterno retorno à descoberta do que reside, resiste, transforma e nasce em mim. A graduação para o que me rodeia.
sexta-feira, junho 05, 2009
No dia do ambiente...
1º REDUZIR, seguidamente reutilizar e só depois reciclar, sem tentar inverter a ordem.
(porque será que ensinam muito pouco disto em muitas das escolas??)
quinta-feira, junho 04, 2009
segunda-feira, junho 01, 2009
quarta-feira, maio 20, 2009
Apelo
Ao meu apelo,
E as linhas que em ti escreves
São sempre sobre outro
Pesadelo.
E eu
Encolho-me com a ideia de não te ver
Chorar,
Nem de me ver nas folhas em branco
Do teu olhar.
Sonhas o céu que um dia já vi,
E corres para a vida que
Espera ao teu lado por ti.
(2000)
Novamente retirado de uma gaveta esquecida
terça-feira, maio 12, 2009
sexta-feira, maio 08, 2009
Do baú...
"Quem disse que a vida é triste e vazia?
Horizontes inexistentes separam o mundo da vida que lá se vive. Falta de procura, falta de encontros.
Que seria de mim se não me encontrasse com ninguém?...
Pobre de mim, pobre alma, pobre destino, pobre vida.
Que seria de mim se não me encontrasse comigo própria?
É interessante reparar na minha própria vida, reparar que a minha entrega aos que mais amo em nada mudou, que o sentir continua a existir, que o pensamento não se desvaneceu.
Continuo a ser eu, porque me descrevo como o sendo, e no entanto "mudei".
Reconheço-me melhor nas minhas mazelas, nas minhas escolhas, nas minhas decisões e na consciência que tenho das minhas indecisões, no que faço e no que não faço por não saber como fazer...
E estar com gente. Não apenas gente, mas gente com quem gosto de estar, com quem posso simplesmente estar, sem mais porquês, nem esperas, nem desilusões, ou ilusões... e... se... mesmo assim...(com tudo isto) também com a indefinível amizade - palavra que parece ser pequena para que o que comporta.
Vieram-me à poucos dias bater ao pensamento as seguintes palavras: "o meu melhor talento é "amar" pessoas que têm um enorme talento". Essas pessoas. Gente igual a toda a gente... As ditas pessoas especiais. Realmente e simplesmente especiais para mim: grandeza de coração, sensibilidade de alma, sinceridade de entrega e vida, muita vida... Pessoas que brilham no meio do próprio brilho mas que não se esquivam nem têm medo da escuridão, porque também ela as acompanha e acolhe sem as magoar (a escuridão não é necessariamente má - não existe bem ou mal na exaltação dos sentidos). Sabem o que quero, o que vejo, o que sinto, porque o pressentem. Porque também se reconhecem em si e porque os seus olhos dizem com toda a essência o que não se diz e o que dito ou escrito parece banal mas não o é. Gente igual a toda a gente...
Tenho a sorte de, não sei bem como, os amar e conhecer.
Esses seres de outro mundo, um qualquer mundo, este..., o meu mundo. Esses seres do mundo, são essenciais para que eu "respire", para que eu "ande", para que tenha sorriso... para que o olhar brilhe, mesmo que as lágrimas dos mesmos olhos, não me deixem por algum outro motivo ver. (Outubro 2000)"
O tempo espelha-se e os olhos voltam (sempre) a brilhar.
O lugar não mudou muito. Mas o mapa é já outro, entretanto perdido e envelhecido, remetido à memória de alguma gaveta de escritório. As estradas reconhecem também outras paisagens, talvez outros destinos, mas param (curiosamente), volta e meia, nas mesmas encruzilhadas. A eterna sensação de voltar a casa, mesmo que a mente teime em nos afirmar que a casa já não existe.
"(...)no fundo somos simples. Mas só no fundo."
E mesmo que só em alguns momentos.
terça-feira, abril 28, 2009
Manhã
e num breve instante
sinto tudo
sinto-me tudo
Deito-me no meu corpo
e despeço-me de mim
para me encontrar
no próximo olhar
Ausento-me da morte
não quero nada
eu sou tudo
respiro-me até à exaustão
Nada me alimenta
porque sou feito de todas as coisas
e adormeço onde tombam a luz e a poeira
A vida (ensinaram-me assim)
deve ser bebida
quando os lábios estiverem já mortos
Educadamente mortos"
Mia Couto em
Raiz de Orvalho e Outros Poemas
domingo, abril 26, 2009
terça-feira, abril 07, 2009
Respiração mental
sexta-feira, abril 03, 2009
segunda-feira, março 30, 2009
Curiosidades...
quarta-feira, março 25, 2009
sexta-feira, março 20, 2009
E afinal, se calhar, também eu tenho amigos :)
Primeiro livro à mão, pagina 161, 5ª frase (como um endereço ...)
"Decorreu ano após ano e Goldmundo parecia ter esquecido que outra coisa havia no mundo além da fome, do amor e da fuga silente e sinistra das estações; parecia ter mergulhado por completo no primitivo mundo materno dos instintos."
(Heman Hesse - Narciso e Goldmundo)
Segue para mãos, pfg, andré , Baeta e D. (se por acaso estiverem por aí...)
Surpresa!!!
Lembrem-me para trazer os livros comigo...:) (porque me fazem falta... em muitas circunstâncias...).
quarta-feira, março 18, 2009
Carta
Dizem que morri, mas apenas mudei de morada.
Esvaziei-me dos sítios onde depositava as esperanças e contradições.
Parti para parte perdida no mapa, por não mais poder regressar à casa agora trancada, onde acumulei o pó e o tempo (...).
Algo se desassossega por aqui.
O que fazer das linhas trancadas nesse outro país distante, agora que não as faço existir?
O que fazer dos pedaços de sentidos que ali ficaram perdidos? (...) Deixo-te por herança paixões e inseguranças (...). Faz-las viver, ainda que longe, talvez na esperança de que alguma gota regresse ao mar que a espera, ou ao olhar que a viu partir. Talvez algum outro olhar também a queira receber.
Um grande abraço
Saudades
Sempre
Rita"
Há...
sexta-feira, março 13, 2009
Para não questionar
quarta-feira, março 11, 2009
terça-feira, março 10, 2009
quinta-feira, março 05, 2009
terça-feira, março 03, 2009
quarta-feira, fevereiro 25, 2009
Inconsequências
Um sentido disperso, tresmalhado, alheio aos tumultos e batimentos apressados do coração.
A mão no peito para sentir, a mão para medir, a mão confrontando e consolando o sorriso e a solidão. A mão sem sentido para socorrer preces que surgem abafadas pelo silêncio. Percorrer a pulsação. O ostinato dos pensamentos em ritmo de bossa nova.
A luz estanque. Pausa no encadear de ideias que persisto em querer deixar marcadas na tua vida. As mesmas palavras. Uma nova ordem nas palavras que te quero dar.
A memória descarrega imagens em perspectivas privadas e abstractas.
O sol escorregou em câmara lenta na trajectória impotente do céu morno sem saber como regressar. Recolheu e ordenou os pedaços rasgados do passado. E respirou com um só sopro.
Entrou em casa e fechou a porta.
terça-feira, fevereiro 24, 2009
domingo, fevereiro 22, 2009
terça-feira, fevereiro 17, 2009
Ouvi hoje na rádio
ou como alguém há muito tempo me disse...
"... tudo se resume a amor e morte".
quarta-feira, fevereiro 11, 2009
sexta-feira, janeiro 30, 2009
Personificação e uma "simples" janela
segunda-feira, janeiro 26, 2009
Também
"Também quero ser casa..."
(sobre a analise casual da raiz de algumas palavras)
quarta-feira, janeiro 21, 2009
Competição vs Cooperação
"(...) enquanto continuarem a falar em competição - como sempre fazem - e não em cooperação, nada há-de mudar."
domingo, janeiro 11, 2009
sábado, janeiro 03, 2009
quinta-feira, janeiro 01, 2009
quarta-feira, dezembro 31, 2008
Hoje...
sexta-feira, dezembro 26, 2008
quarta-feira, dezembro 24, 2008
1 mês...
P.s. Já me esquecia... Bom Natal...
segunda-feira, novembro 24, 2008
Distâncias
quarta-feira, novembro 05, 2008
Sintomas
- Afta (imprevisível)
- Dores no pescoço/ombros (duro duro duro)
- Impossibilidade de organizar TUDO como gostaria (alguma sensação de descontrolo ou de demasiadas tarefas a cumprir)
- ...
segunda-feira, outubro 27, 2008
sábado, outubro 25, 2008
?
Decide-te rapariga :)) Se é que para isso tens poder para concretizar alguma decisão...
segunda-feira, outubro 20, 2008
Retratos de um dia I

Hoje recebi uma mensagem de um gajo bom (vulgo Homem Lindo). Confirmação. De novo segui para a estação para encontrar a A. ;)(vulgo Amiga Linda). A partir daqui, o dia ganha nova dimensão. Estes dias têm sido como que um enriquecer de alma para mim. Estes breves momentos reinventam em mim o usufruir de lugares, sabores, diálogos, a muito boa companhia, etc, etc. Estes momentos são um reencontro em mim. E é tão simples torná-los em “momentos felizes”, basta vivê-los. E agradecer a quem os proporciona. Basta olha-los como uma outra parte de nós, aparte da que acha que não existe lugar para esta outra, onde os horário não são uma imposição e onde os lugares são todos possíveis de se explorar e saborear, porque existem. Apenas chegar à conclusão que essa parte se enganou. Sim é possível desfrutar deles, basta fazê-lo. Enquanto o dia se faz noite e caminhamos pela cidade que ao pouco e pouco vai encerrando, planeamos futuros roteiros, descobrimos estranhas formas de flores escondidas entre a espuma de uma meia-de-leite, saboreamos comidas enviesadas com conteúdos inesperados. Falo de mim, e a A. ouve como só ela o sabe fazer, e acreditem que por vezes com muita paciência (porque até a mim mesma me apetece socorrer quando o cansaço me faz falar sem parar, principalmente porque gosto mais de a ouvir, do que me ouvir a mim própria a discursar) trocamos de lugar (queria ter sido melhor ouvinte) e estou feliz. Ultimamente são as coisas “simples” que me fazem mais feliz.
Depois é tempo de voltar a casa. Tenho no pensamento escrever sobre as tonalidades da tarde (“vou escrever A. vais ver depois” (…) “ hoje recebi uma mensagem de um gajo bom :) e vou escrever”). Imagino que o possa fazer sem floreados, de um modo concreto e directo, talvez utilizando o humor que utilizo no dia a dia, mas agora fica provado que a prática me demove de escrever de uma outra forma. Talvez um dia... Por hoje, cabe ainda o prazer de receber um postal da terra encantada (Açores) onde as letras da saudade são escritas também por mãos especiais e os meus olhos as lêem com um sorriso nos lábios (aproveita :)ainda havemos de te ir visitar). Cabe ainda um pouco do ego elevado pela recepção, ao chegar a casa, de uma excelente avaliação, numa já distante andança em formação profissional.
Para terminar cabe-me o prazer de escrever. Dito isto, é tempo de tardiamente jantar, entregar-me aos planos de outro dia, abandonar-me ao aconchego da leitura e finalmente adormecer.
Para a semana há mais A..
P.s. eu sei que é só uma mensagem mas gostei de a ter recebido ;) tudo de bom. SEMPRE :):):)
Os trinta
sábado, outubro 11, 2008
Decoração
terça-feira, outubro 07, 2008
3 x ...
(Devo estar a viver, sem me aperceber, vidas paralelas. Certamente!)
terça-feira, setembro 09, 2008
domingo, setembro 07, 2008
"Libertango"
Como ser feliz (ou breve crónica de uma noite repetida em branco)
E a despedida sem nome, em forma de reencontro. As guitarras distantes. O regresso a casa desenhando passos sonâmbulos, serenos e lentos. As mãos ainda quentes.
O regresso desenhado pensamentos. Os sorrisos que deixaste por dentro.
Os sorrisos renascidos, como beijos, calando pouco a pouco a solidão.
(07-09-08)
sábado, setembro 06, 2008
sexta-feira, agosto 29, 2008
Doce, ténue, pálido, sagrado
És frágil por não desejares viver sem medo.
Sobrepões os lugares, os dias e os anseios à tua vontade,
Sobrevives sem pulsação.
Idades sem contagem, tempos sem duração.
Tens o empenho dos desejos por cumprir
Alheio aos sons, ao olhar, ao toque, à pele nua,
Ao sopro do vento quente que soletra desencontros enquanto corre contente pela rua,
Ao sangue frio que derramas enquanto descuidas o que amas.
Sofres a solidão em rascunhos de relações desaprovadas,
Resquícios de outras histórias com sobras de uma ilusão.
Semeias culpas inseguras em noites inacabadas,
Regressos a casa sem planos para partir.
Compões harmoniosos prelúdios que morrem sem se tornarem canção.
E depois de em ti serem consumadas todas as incertezas, todas as vaidades,
Todas as inquietações,
Todas as verdades,
Nasces de novo.
Voltas a sorrir.
(Agosto 2008)
sábado, agosto 09, 2008
A primeira manhã
Por baixo da porta um recado:
Espera por mim, estou desejoso por te ver de novo.
(Jullho de 2008)
(referente ao tema "desejo" na Minguante - revista de micronarrativas nº 11)
domingo, junho 08, 2008
Resolução
suavemente ao ouvido
cansado
de esperar
pelo que virá para o substituir...
domingo, dezembro 02, 2007
terça-feira, agosto 07, 2007
À luz do dia
sábado, agosto 04, 2007
terça-feira, junho 19, 2007
Com a luz de um amor perdido
O tempo.
O regresso a casa sem qualquer outra companhia.
O momento em que mudaste de cidade.
Ou talvez tivesses morado de direcção na estrada. Ou mudaste de amor.
Ou o tempo quebrou-se enquanto chegava a casa e desordenou todas as coordenadas da tua localização.
As linhas ordenam-se com regressos ao presente de outros dias. São remendadas as verdades prematuras e disfarçadas convicções ancestrais, apelidadas pelo verbo amadurecer. São imóveis os momentos da mudança dos ventos, porque não te movimentam mais em meu redor. E voltamos ao lugar mais escuro, onde a luz penetra com agilidade, onde nos despedimos até a um mais ver.
És, talvez, amor sem encontro, sem procura e sem intenção. Sem olhar, fingido cego e aparentando casualidade, guiado para o querer ver.
Desenho abstracto de uma luz que descende de um outro tempo.
Sabor enevoado de um banquete sublime à luz de uma lâmpada já apagada.
P.S. A produção escrita escassa por falta de net e de outras condicionantes alheias à minha real vontade. A minhas desculpas aos meus visitantes e amigos, que me acompanham sempre, mesmo quando as distâncias não me trazem a esta esfera. Obrigado, obrigado, obrigado sempre.:)
domingo, abril 29, 2007
O caminho instintivo

Domingo. O dia acorda cedo e sacode restos de sonhos de uma noite folgada. Surge a ideia ainda incerta e ensonada de nos fazermos à estrada. E a ideia faz-se acção.
O carro percorre sem pressa o caminho. Poucos são os que se cruzam por nós. Instalo-me sem pressa no conforto de um passeio sem tempo a cumprir, onde o propósito é receber o que a terra tem para dar, instalar-me discretamente como parte do toda a paisagem que vou percorrendo.
Falamos de muitas coisas. Trocam-se ideias sobre gentes e terras, o bem e o mal que vem da exploração dos recursos e da natureza, o bem que nos faz o cheiro do mar e a paisagem ainda poderosamente ingénua por ser quase intocável, ainda…Discutem-se, pacificamente e sensatamente, os estados da vida que nos vai rodeando e que ultrapassamos na estrada. Meia dúzia de minutos ou aquilo que os sentidos nos sugerem como momento intemporal ou será ainda o tempo que se esvai através das palavras que se vão trocando pelo caminho… E o caminho percorre-se… junto à paisagem, às palavras, ao sossego, ao silêncio.
Sente-se o silêncio, o que fica por detrás do silêncio. E chegamos finalmente ao lugar secreto (que em fé espero tornar-se realmente secreto para que perdure no tempo e no espaço). A manhã esteve clara, calma e aconchegante. Pelas ruas quase desertas passeavam luzes quentes que o sol nos dispunha e a sombra que lhe completava. E alguns turistas também, acho. Tentei fotografar, sem sucesso, as imagens que se desenhavam das ruas estreitas e as cores e os sons que por ali iam passando mas por vezes não há melhor retrato que a futura memória que um momento retém no nosso olhar, esse sim, nestas altura, infalível e multifacetado, porque recolhe todos os outros sentidos e os associa a emoções. A meia de leite soube-me bem. A viajem ao longo do vale também. Ali onde se tocam o Algarve e o Alentejo, a ribeira e o mar, o verde e o branco, a pedra e a areia, as contradições que se completam e se transfiguram num só desempenho. Entre o céu e a terra, todas as fronteiras de um só lugar. Um óptimo exemplo de convivência para a natureza humana. Ali repreendi a redescobrir algumas das lições mais básicas da nossa composta (e algumas vezes simples) existência. Espelhar-me nesse lugar, como em tantos outros por onde passo e passarei, agarrando a consciência da sua múltipla existência em mim.
E de novo, serenamente, voltamos a casa de alma lavada, prometendo intimamente continuar a sentirmo-nos assim.
domingo, março 11, 2007
quinta-feira, dezembro 28, 2006
sexta-feira, dezembro 08, 2006
Linha sem tempo
Perdem-se, de tempo a tempo, os desejos mais apetecidos.
Soltam-se somas pesadas das recomendações diárias que o mundo me sussurra constantemente. E essas nossas verdades assumem contornos dispersos. A contagem dos minutos transforma-se no mais ausente dos meus sentidos. Aceito-me, com prazer, na imensurabilidade dos meios-termos, o novo mundo das intensidades secretas que se concebem entre os opostos. O reviver cada dia de uma só vez. Criar o momento mais concreto, escondido para outros sorrisos, entre o tudo e o nada. A calma de saber existir.
Existo e persisto.
Os dias contornam-se com novas formas e preenchem-se com outras tonalidades.
As linhas largadas, esquecidas e estagnadas em folhas revistas e rasuradas pela demora, já não te perseguem. Os teus rascunhos de um tempo futuro não pertencem a esta nova forma de me traçar sem tempo.
Deixo contigo a demorada despedida e a mala cheia de toda a roupa despida depois de te ter beijado de novo.
Abraços que se perdem junto a lágrimas que ainda teimam em persistir dentro de nós.
Os olhos nublados que ganham um eterno tom cinzento.
Resistir às lágrimas como se o corpo tivesse vontade própria.
segunda-feira, novembro 13, 2006
quarta-feira, novembro 01, 2006
Pergunta-me
se ainda és o meu fogo
se acendes ainda
o minutos da cinza
se despertas
a ave magoada
que se queda
na árvore do meu sangue
Pergunta-me
se o vento não traz nada
se o vento tudo arrasta
se na quietude do lago
repousaram a fúria
e o tropel de mil cavalos
Pergunta -me
se te voltei a encontrar
de todas as vezes que me detive
junto das pontes enevoadas
e se eras tu
quem eu via
na infinita dispersão do meu ser
se eras tu
que reunias pedaços do meu poema
reconstruindo
a folha rasgada
na minha mão descrente
Qualquer coisa
pergunta-me qualquer coisa
uma tolice
um mistério indecifrável
simplesmente
para que eu saiba
que queres ainda saber
para que mesmo sem te responder
saibas o que te quero dizer"
Mia Couto
Raiz do Orvalho e outros poemas
Editorial Caminho, lisboa, 1999
Enquanto preparo novas palavras... em breve.
segunda-feira, outubro 23, 2006
quinta-feira, outubro 12, 2006
Saudade de um quase nada
Quando o mar se esbate e a luz é mate.
Quando amantes apressados regressam dois a dois
E não existe ainda o depois,
Quando o cansaço repousa num beijo
E o medo se entorna no desejo,
Quando sorrisos se abrem em olhos sem cor
E a vida se sobrepõe ao pudor;
Tudo é mentira e tudo é verdade,
E sente-se na indiferença a saudade.
P.s.: A vossa atenção para "este lugar". A ler os links para mais informação. Eu subscrevo e agradeço a iniciativa.
quarta-feira, outubro 04, 2006
quarta-feira, setembro 20, 2006
Meia hora numa estrada sobre o mar
Meia hora é o tempo que demora o passado a passar.
(Publicado no DNJovem em Janeiro de 2003)
terça-feira, setembro 12, 2006
sábado, setembro 09, 2006
terça-feira, agosto 29, 2006
Nova passagem para outro tempo

quinta-feira, agosto 24, 2006
Sobre estrelas...

De novo em casa. Folheio sem pressa algumas páginas dos meus recentes tesouros.
A primeira frase com que me confrontei, num céu muito pouco estrelado :
" - As pessoas têm estrelas, que não são as mesmas para todas elas. Para uns, os que viajam, as estrelas são guias. Para outras não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu homem de negócios, eram ouro. Todas essas estrelas, porém, permanecem caladas. Mas tu terás estrelas como ninguém tem..."
Antoine de Saint-Exupéry, O Principezinho
(Vega, 1.ª edição,1994, pág. 91; Tradução de Alice Gomes)
Pergunto-me como serão? ...
domingo, agosto 13, 2006
O fio da memória

O reflexo dos raios de sol que ainda não amanheceram.
Reflecte em mim mares dispersos, quartos demasiado quentes ou planicies de céu, desbotadas e rotas.
Corre apressado, agarrado ao tempo, gastando-se em si.
Até ao fim, permanecendo apenas numa gota.
(Na parede coloco hoje também a minha mais recente descoberta e paixão: fotografar. Formas, cores, texturas e sensações disponiveis em Olhares)
quinta-feira, agosto 10, 2006
Razões para te agradecer
Porque semeias as perguntas através dos olhos que prolongam o horizonte.
Porque descobres folhas esvaziadas de encontros atordoados pela desilusão.
Porque amachucas as páginas que revelam a sombra das histórias inúteis e banais, e os sonhos que todos desejamos acordados.
Porque predizes anos sem vazio no vazio das palavras que caem dentro de ti.
Porque permaneces onde é preciso eu ir para te encontrar, sem dúvidas ou esperas sussurradas pelos relógios dos outros.
Porque me esperas entre as indecisões e os segundos dos receios inacabados, fugindo a cada passo nos pensamentos desabitados das gentes que nos rodeiam.
Porque não revelas os segundos que te separam do tempo e te descobres por dentro e em vão. Porque encontras em cada sossego, um novo pensamento e um novo chão no mesmo incontornável lugar.
Porque os anjos são teus amigos e o céu está longe de nós.
Porque a terra te inventa dentro do dia e te deixa entardecer.
Porque a noite nos embrulha para nos deixar descobertos na manhã crua sem nunca se esquecer de nós.
Porque a escuridão é uma nódoa nua onde se espelha a nossa solidão.
Porque o fim do dia se repete todos os dias em que estamos sós.
Porque eu me agarro à vida cada vez que te visito ao passado prolongado e projectado nas cidades onde o depois quer habitar.
Porque os sonhos não têm sitio onde pernoitar quando o teu calor chega, do fundo da rua. Porque as estradas ondulam quando os teus pés se sentam nelas.
Porque as calçadas se curvam quando sentem a tua miragem.
Porque eu me faço passagem quando te vejo passar.
Porque és cura na ausência de outras mãos que me possam agarrar.
Porque o abraço se derramou pela ternura desse sorriso sem mundo.
Porque este corpo não é suficiente para agradecer a aragem que te faz existir e onde podes suspirar e adormecer.
Porque te vejo na praia dos sentimentos que de mim se espraiam em imensidão.
Porque em ti descanso o grito feito a chorar pela ilusão de me perder.
Porque me faço existir sem te encontrar e talvez te ame, só e sempre junto ao mar.
(Publicado no DNjovem em Dezembro de 2002)