segunda-feira, dezembro 28, 2009
segunda-feira, dezembro 14, 2009
quinta-feira, dezembro 10, 2009
Inversão
Entrelaço os dedos uns nos outros e num posterior acto reflexo questiono, sem sentido, os sentidos sobre que acção consumar a seguir. E este momento repete-se vezes sem conta, apercebendo-se de que a cada repetição se torna simplesmente repetitivo. Entre os dedos entrelaçados uns nos outros, as questões que se propõem no vácuo do pensamento e a falta de respostas aos sentidos despertos mas quietos, passa o tempo e passas também. Mas o que eu realmente sinto é desejo de não questionar e passar pelo tempo contigo, repetindo-o.
quarta-feira, dezembro 09, 2009
segunda-feira, novembro 30, 2009
terça-feira, novembro 24, 2009
segunda-feira, novembro 23, 2009
Um terceiro sentido…
O terceiro sentido é estranho às palavras que utilizamos para descrever os dias.
O terceiro sentido é alheio à mente e não cabe na gaveta da memória e dos planos.
O terceiro sentido inscreve-se no corpo, mas infiltra-se na alma.
O terceiro sentido é palavra que sempre fica por escrever, desejo que fica sempre por dizer.
O terceiro sentido move-se entre o silêncio que não se quer pronunciar mas que persiste.
O terceiro sentido é o que atravessa os dias como uma faca… e não faz ferida.
Saberás então com certezas que a solidão se apaga ao mais pequeno toque de alma. Que a paixão nasce do desejo egocêntrico de receber ou ganhar o que já te pertence. Que o que amas é a forma como te olhas no espelho do outro olhar, que embaciado pelo teu sussurro forte e quente, não se desnuda aos teus sentidos. Que na balança dos comportamentos pouco importa a altura dos olhos. E que a profundidade não se consegue medir sem símbolos. Que as comparações sofrem mutações constantes mas o primeiro caminho é sempre estanque. Que haverá sempre alguém a esperar-te. Que o retorno é poder e precisar partir a qualquer instante, mas querer ficar. E que por vezes o corpo é ultrapassado pelo olhar.
O terceiro sentido é alheio à mente e não cabe na gaveta da memória e dos planos.
O terceiro sentido inscreve-se no corpo, mas infiltra-se na alma.
O terceiro sentido é palavra que sempre fica por escrever, desejo que fica sempre por dizer.
O terceiro sentido move-se entre o silêncio que não se quer pronunciar mas que persiste.
O terceiro sentido é o que atravessa os dias como uma faca… e não faz ferida.
Saberás então com certezas que a solidão se apaga ao mais pequeno toque de alma. Que a paixão nasce do desejo egocêntrico de receber ou ganhar o que já te pertence. Que o que amas é a forma como te olhas no espelho do outro olhar, que embaciado pelo teu sussurro forte e quente, não se desnuda aos teus sentidos. Que na balança dos comportamentos pouco importa a altura dos olhos. E que a profundidade não se consegue medir sem símbolos. Que as comparações sofrem mutações constantes mas o primeiro caminho é sempre estanque. Que haverá sempre alguém a esperar-te. Que o retorno é poder e precisar partir a qualquer instante, mas querer ficar. E que por vezes o corpo é ultrapassado pelo olhar.
?
Ensina-me a respirar! :)
Ensina-me a ser feliz! :)
E eu ensino-te também...
Mas aprender não é recordar aquilo que no fundo já sabemos?
Ensina-me a ser feliz! :)
E eu ensino-te também...
Mas aprender não é recordar aquilo que no fundo já sabemos?
terça-feira, novembro 17, 2009
Respirar
Inspirar, expirar, inspirar, expirar,
Inspirar, expirar,
Inspirar... expirar...
Inspirar...
Expirar...
...
...
Inspirar, expirar,
Inspirar... expirar...
Inspirar...
Expirar...
...
...
domingo, novembro 15, 2009
Livros
"Bea diz que a arte de ler está a morrer muito lentamente, que é um ritual íntimo, que um livro é um espelho e que só podemos encontrar nele o que já temos dentro, que ao ler aplicamos a mente e a alma, e que estes são bens cada dia mais escassos."
A Sombra do Vento
Carlos Ruiz Zafóm
A Sombra do Vento
Carlos Ruiz Zafóm
segunda-feira, novembro 09, 2009
sexta-feira, novembro 06, 2009
domingo, outubro 25, 2009
Espaço para crescer
Porque os pensamentos se atropelam constantemente e os sentidos se cruzam em inúmeras direcções, não saberei o que escrever quando as horas se cumprirem no lado errado da geografia dos meus abraços fechados, quando a distância que me leva amanhã para o aquém me ditar a vontade de a mim mesma me redimir.
E assim, a escolha se faz mudança e a rotina dita descrentes e absurdos mecanismos, entorpecendo os sons e os silêncios. E assim, contando segundos que da janela do carro vão sobejando, não cabo dentro de mim, apenas existo e persisto por fora. Porque o vento de que me alimento não sopra por essas paragens. Esse outro mar não recolhe imagens de cores transfiguradas pelos meus sonhos, mesmo distantes. Esse mar não me pertence. Esse mar não me reflecte no olhar. O céu é uma mancha de azul esbatido e vacilante, que não respira em mim.
E mesmo a tua ausência, perpétuo mantimento de uma alma insaciável, é agora supérflua e impotente, e não desalenta sequer qualquer provável solidão.
Todos os dias viajo em estranhas estradas. Todas as semanas sigo para destinos contrários à criação. Todos os regressos a casa são desejos enaltecidos e consumados e partir torna-se uma repetição corroída e incompreensível. Nada poderei dar de mim se a mim não retornar o que me faz inteira e concreta. Cresço em mim pela vontade de receber mas “cresço em mim pela vontade de me dar”. O peso dos dias torna-se assim perversamente visível no corpo, mesmo que de mim os sorrisos se passeiem nos olhares alheios. Não me construo com esse compromisso. É inacessível o olhar paciente de quem quer alcançar outro dia. É inacessível esse apetecido crescimento e esse descontraído contentamento quando o tempo e o corpo não querem ou não conseguem consumar o seu dever.
Por agora, porque o tempo em mim fica imóvel, tudo me dói no corpo incomodado e rarefeito, mas tudo se me escapa e passa, quando te o escrevo.
E assim, a escolha se faz mudança e a rotina dita descrentes e absurdos mecanismos, entorpecendo os sons e os silêncios. E assim, contando segundos que da janela do carro vão sobejando, não cabo dentro de mim, apenas existo e persisto por fora. Porque o vento de que me alimento não sopra por essas paragens. Esse outro mar não recolhe imagens de cores transfiguradas pelos meus sonhos, mesmo distantes. Esse mar não me pertence. Esse mar não me reflecte no olhar. O céu é uma mancha de azul esbatido e vacilante, que não respira em mim.
E mesmo a tua ausência, perpétuo mantimento de uma alma insaciável, é agora supérflua e impotente, e não desalenta sequer qualquer provável solidão.
Todos os dias viajo em estranhas estradas. Todas as semanas sigo para destinos contrários à criação. Todos os regressos a casa são desejos enaltecidos e consumados e partir torna-se uma repetição corroída e incompreensível. Nada poderei dar de mim se a mim não retornar o que me faz inteira e concreta. Cresço em mim pela vontade de receber mas “cresço em mim pela vontade de me dar”. O peso dos dias torna-se assim perversamente visível no corpo, mesmo que de mim os sorrisos se passeiem nos olhares alheios. Não me construo com esse compromisso. É inacessível o olhar paciente de quem quer alcançar outro dia. É inacessível esse apetecido crescimento e esse descontraído contentamento quando o tempo e o corpo não querem ou não conseguem consumar o seu dever.
Por agora, porque o tempo em mim fica imóvel, tudo me dói no corpo incomodado e rarefeito, mas tudo se me escapa e passa, quando te o escrevo.
quarta-feira, outubro 14, 2009
"Tem vida"
"- É bonita essa música, é uma valsa?
- É um tango, é uma das minhas músicas preferidas... E tem qualquer coisa de... Tem paixão...
- Tem vida!"
segunda-feira, outubro 05, 2009
"Todo cambia"
"Cambia lo superficial
cambia también lo profundo
cambia el modo de pensar
cambia todo en este mundo
Cambia el clima con los años
cambia el pastor su rebaño
y así como todo cambia
que yo cambie no es extraño
Cambia el mas fino brillante
de mano en mano su brillo
cambia el nido el pajarillo
cambia el sentir un amante
Cambia el rumbo el caminante
aunque esto le cause daño
y así como todo cambia
que yo cambie no extraño
Cambia todo cambia
Cambia todo cambia
Cambia todo cambia
Cambia todo cambia
Cambia el sol en su carrera
cuando la noche subsiste
cambia la planta y se viste
de verde en la primavera
Cambia el pelaje la fiera
Cambia el cabello el anciano
y así como todo cambia
que yo cambie no es extraño
Pero no cambia mi amor
por mas lejos que me encuentre
ni el recuerdo ni el dolor
de mi pueblo y de mi gente
Lo que cambió ayer
tendrá que cambiar mañana
así como cambio yo
en esta tierra lejana
..."
Mercedes Sosa (1935-2009)
A parede continua a registar alguns traços da vida que por cá fica. Os legados dos que já não respiram por cá, mas que me fazem respirar.
domingo, setembro 27, 2009
sábado, setembro 26, 2009
Não saber viver
Talvez não saiba como viver sem o sentimento que por ti fui inventando e construindo.
Porque a razão o construiu de mãos dadas com o coração e, embora inexistente agora, sobejam-me argumentos que não o deixam contrariar. É uma constante visita à casa demolida de alguém que mudou há muito de morada.
Porque a razão o construiu de mãos dadas com o coração e, embora inexistente agora, sobejam-me argumentos que não o deixam contrariar. É uma constante visita à casa demolida de alguém que mudou há muito de morada.
segunda-feira, setembro 21, 2009
Quando o silêncio se torna tempo...
Este silêncio é como o suspiro de um pensamento em branco quebrando com o peso imensurável de todos os vazios, quando abro a porta de casa.
Um sentido disperso, tresmalhado, alheio aos tumultos e batimentos apressados do coração.
A mão no peito para sentir, a mão para medir, a mão confrontando e consolando o sorriso e a solidão. A mão sem sentido para socorrer preces que surgem abafadas pelo silêncio. Percorrer a pulsação. O ostinato dos pensamentos em ritmo de bossa nova.
A luz estanque. Pausa no encadear de ideias que persisto em querer deixar marcadas numa tua vida. As mesmas palavras. Uma nova ordem nas palavras que quero dar.
A memória descarrega imagens em perspectivas privadas e abstractas.
O sol escorregou em câmara lenta na trajectória impotente do céu morno sem saber como regressar. Recolheu e ordenou os pedaços rasgados do passado. E respirou com um só sopro.
Entrou em casa e fechou a porta.
Um sentido disperso, tresmalhado, alheio aos tumultos e batimentos apressados do coração.
A mão no peito para sentir, a mão para medir, a mão confrontando e consolando o sorriso e a solidão. A mão sem sentido para socorrer preces que surgem abafadas pelo silêncio. Percorrer a pulsação. O ostinato dos pensamentos em ritmo de bossa nova.
A luz estanque. Pausa no encadear de ideias que persisto em querer deixar marcadas numa tua vida. As mesmas palavras. Uma nova ordem nas palavras que quero dar.
A memória descarrega imagens em perspectivas privadas e abstractas.
O sol escorregou em câmara lenta na trajectória impotente do céu morno sem saber como regressar. Recolheu e ordenou os pedaços rasgados do passado. E respirou com um só sopro.
Entrou em casa e fechou a porta.
domingo, setembro 20, 2009
...
O simples e o complexo. O similar e o contraditório. Às vezes sei, outras vezes não sei. Uma vezes sim, outras vezes nem por isso...
segunda-feira, setembro 07, 2009
Jazzie Trio :)
Um pouco de divulgação... :)
(..e uma boa oportunidade de quebrar o silêncio da parede.)
domingo, agosto 30, 2009
sexta-feira, agosto 28, 2009
Casa pré-fabricada
Casa Pré-fabricada
Interprete: Maria Rita
"Abre os teus armários
Eu estou a te esperar
para ver deitar o sol
sob os teus braços castos
Cobre a culpa vã
até amanhã eu vou ficar
e fazer do teu sorriso um abrigo
Canta que é no canto que eu vou chegar
Canta o teu encanto que é pra me encantar
Canta para mim
qualquer coisa assim sobre você
Que explique a minha paz
Tristeza nunca mais
Vale o meu pranto
que esse canto em solidão
Nessa espera o mundo gira em linhas tortas
Abre essa janela
primavera quer entrar
pra fazer da nossa voz uma só nota.
Canto que é de canto que eu vou chegar
Canto e toco um canto que é pra te encantar
Canto para mim qualquer coisa assim sobre você
que explique a minha paz
Tristeza nunca mais..."
Composição de Marcelo Camelo
domingo, agosto 23, 2009
sexta-feira, agosto 21, 2009
des - esperar
quarta-feira, agosto 19, 2009
Porque fez calor lá fora...
Porque fez calor lá fora, não me demorei com olhares alheios do outro lado do mundo e guardei-me em casa… A cortina fechada de desencantos criou para mim o improvável cenário de um reinício em calma e contemplação. Uma penumbra que me visitou expectante e desejosa de partilhar vontades inertes e as sombras na parede sussurrando desprezos frios e sarcásticos sobre qualquer outra actividade humana. Tranquei o mundo, de fora, dentro da surdez da indisponibilidade. Atei rotinas aos espaços perpétuamente revisitados, que derretendo com desassossego por não se verem destinadas, se consumiram em retiro. Acho que me vi dançado descalça, calcando a cada passo, a cada ponta, resquícios de corações espalhados pelos sons que me incitavam a escorregar por entre o espaço maleável de uma sala cheia de nada. Passeie-me pelos sons que tombaram, como se de um céu distante descesse todo o seu azul, o mesmo que transborda volta e meia algum olhar. Também se passearam, entre os dedos, sentidos comandados por cândidos intérpretes de sons improváveis, traduzidos em silêncio, e um apego ao corpo que ordenou o movimento e a emoção. Também eu caí aos meus próprios pés. Também me reconheci no toque preciso do comando do corpo, movimentando-se em vão. Assim balançámos sem música, sem espaço, sem som, nem toque, nem tom, nem tempo, pela sala do nada. A mente perdida, o corpo desperto. Mas as muralhas maleáveis do presente desordenaram-se com os passos inseguros desta ainda pouco domesticada dança. O calor que faz lá fora entra pelas frestas das janelas tapadas com negação. A razão reconhece os seus inconstantes desencantos e reabilita sem permissão as suas fraquezas. O corpo retrai-se quando a alma grita em silêncio. Inquieta e improvável contradição. E o tempo volta a sobreviver à sua ausência, o corpo volta a sentir a falta de tempo, e chora em contramão. Soluça o sangue sem lágrimas, nem tristeza, nem punição, pelo aparente regresso aos sentidos. Seguem os impulsos do coração interrompido e inerte, o seu irrequieto curso. Inquestionável memória das sensações e emoções que sobrevivem sem respirar onde o tempo se mistura com o espaço. Talvez o calor arrefeça sem anúncio ou ostentação a cada dia onde passa. Talvez se faça destino encontrar a partícula elementar dos sonhos cálidos que me leve pelas danças de outro lugar, numa improvável direcção.
domingo, agosto 16, 2009
sábado, agosto 15, 2009
sexta-feira, agosto 07, 2009
quinta-feira, agosto 06, 2009
Um único sentido nunca se faz só
Talvez inocentes e invisíveis pensamentos se cruzem entre si, sobre os ventos onde navegam em trajecto circunscrito, indiferentes às amarras da mente, fugindo à socapa por entre a reprovação dos seus criadores. Talvez o desejo depois de concebido pudesse ser inscrito e marcado para sempre nas margens da imaginação. Talvez as vontades alheias se abraçassem, os sorrisos se contagiassem e o toque surgisse de uma ancestral necessidade de nos amarmos e sofrermos como iguais. Na memória, cresceriam favores contrários à contraditória vontade sacrificada pelos genes que lhes deram forma.
Não te posso falar porque o som não te chegará pela distância dos símbolos e significados. Não te posso sorrir porque a boca se encontra também ao serviço de outras palavras não reveladas. Não te poderei tocar porque as mãos, atadas a outras acções permanentes, não se conseguem libertar. Não te poderei eu sorrir, nem tocar, nem te olhar pela cegueira que se moldou na indiferença que aprendi a criar, pelo medo que adoptei no meu colo já adormecido, pelo desconhecido que embalei, dia a dia, em imutável permanência. O desconforto de pisar outros caminhos que nunca se usam, mas que se podem cruzar com o teu. E da nascente crescente de acções mecanizadas, seguem novos sentidos, descobrem-se discriminados e lentos caminhos que param nos teus sonhos para te gritar em calma e sussurrar em exaustão. Encontro-te então aí. A meio caminho. Já nos vimos antes sem nunca o reconhecer. Pressentimos, talvez, imagens de filmes distanciados pela memória, músicas desconstruídas por outros intérpretes, histórias que viajam com a imperiosa necessidade de se mostrar para sobreviverem apenas na tua mente. Convicções que desejamos manter mesmo que se mantenham desfeitas e desamparadas em nós. Silêncios onde apenas persiste o silêncio. E um mesmo cenário estranhamente contrastante.
Será então tempo de desconstruir as certezas e desvanecer as montras onde se amontoam desejos egocêntricos e talvez de mim se desprendam afectos que se tornem morada. Talvez um mar de palavras inocentes chegue também a ti e te sussurre sentidos que te pertençam, silêncios amenos, respirações cálidas e a simplicidade das pulsações de um momento. Talvez te sintas feliz assim.
segunda-feira, agosto 03, 2009
As gotas de àgua também ecoam no tempo...
"A insónia...
Nunca soube como começar. E nem sei o motivo porque te escrevo, nem como te hei-de contar o que talvez não deva ser convertido em facto concreto. Este é um começo enviesado e prolongado nas duvidas da minha existência. Esta folha é talvez o espelho torto e partido onde te questiono sobre o meu reflexo. Sei apenas dos porquês da minhas reticências.
Porque sempre permaneceste no submundo da espera pelas respostas, e as respostas que te vendem são sempre as mais adequadas mas não cabem nas escolhas que queres para ti. E aqui estou eu, com a chave desse mundo discreto que suplicas aos outros. Só eu sei como é o percurso de regresso, quando a ida não tem ainda origem em qualquer espaço do mundo. Só eu sei onde colocar as malas desalojadas de pensamentos antes de adormecer e sei de cor qual a cor da linha entre o céu e o mar onde te posso encontrar. Sei desencontrar os quadros das memórias e espreitar entre as vigas das janelas que nos separam de fora e de qualquer outro alheio lado de cá. Sei construir torres de contradições que te suportem até a um qualquer fim de mundo, para que vejas sem jamais tocar. Sei decorar os preconceitos com mantos negros, para que os toques sem os olhar. Sei flutuar sobre o suspiro que me escolhe como mensageira deste momento. Sei ordenar-te nesta coreografia de linhas sem prece nem preceito. E a dança desta escrita viajante recomeça.
Escorrego a cada palavra, desligo cada silêncio do momento exacto e volto a liga-lo noutro lugar. Assim troco as voltas da tua vontade, servindo-me dos malabarismos da minha mente para te ludibriar. E sim, consigo demorar-te nesses segredos invisíveis que moram na película transparente dos sonhos, dos espelhos e das fantasias. Torno-me a maior fonte do teu prazer inexistente. A límpida e iluminada forma de nunca te servir para nada. O meio de transporte que nunca chega quando não tens que seguir para lado algum. As linhas escritas como cópias de outros sentimentos, sentidos por outras personagens às quais conheces os sons e a cor, e que esqueceste debaixo do tapete longínquo da memória. Torno-me uma vulgar, vacilante e desconhecida ilusão. Torno-me distância perdida entre todas as distâncias. Sou o som sonâmbulo de uma sempre eterna e única música, uma canção repetida.
Depois, solenemente, encho-me de uma velha vergonha pelo que nunca presenciei de ti e escondo-me novamente dentro de algo perfeito e confortável que ainda persista em mim. Só saio à noite, e para te escrever. Só saio com a consciência das vontades. Cresço de mim com esse adubo que fermenta o pensamento e o desentranha das ilusões sempre repetidas. Quero corrigir as formas distantes que constantemente te fogem do olhar e desenhar outros olhos que se dirijam também a mim. Quero-me embalar nessas espirais de outras direcções a perseguir.
Quero, quero e quero e a vontade nada mais faz que alargar o tempo. E o tempo dorme com a paciência enquanto eu aqueço as noites e me esqueço de espera-lo pacientemente.
(...)
Este caminho repete a minha paisagem, certa por não ter direcção e regressar ao sonho que ressoa em mim. Esta carta em começo permanente, quer levar-me sem fim à vista, a um olhar. Não sei como começar, antes de viajar dentro dessa eterna imensidão. Não sei como começar sem antes te encontrar por aqui, nesta morada enraizada entre um pensamento e um coração... "
(Agosto 2006)
E assim, Rita continuava a sua viagem sem nome, transpondo para outros dias as marcas sem tempo que antes a desassossegavam. Curiosamente, o passado tornava-se, aos seus sentidos, um balsamo reinventado, de cada vez que caminhava. Um passo atrás de outro. Um passo à frente... Ou nenhum passo :)
Nunca soube como começar. E nem sei o motivo porque te escrevo, nem como te hei-de contar o que talvez não deva ser convertido em facto concreto. Este é um começo enviesado e prolongado nas duvidas da minha existência. Esta folha é talvez o espelho torto e partido onde te questiono sobre o meu reflexo. Sei apenas dos porquês da minhas reticências.
Porque sempre permaneceste no submundo da espera pelas respostas, e as respostas que te vendem são sempre as mais adequadas mas não cabem nas escolhas que queres para ti. E aqui estou eu, com a chave desse mundo discreto que suplicas aos outros. Só eu sei como é o percurso de regresso, quando a ida não tem ainda origem em qualquer espaço do mundo. Só eu sei onde colocar as malas desalojadas de pensamentos antes de adormecer e sei de cor qual a cor da linha entre o céu e o mar onde te posso encontrar. Sei desencontrar os quadros das memórias e espreitar entre as vigas das janelas que nos separam de fora e de qualquer outro alheio lado de cá. Sei construir torres de contradições que te suportem até a um qualquer fim de mundo, para que vejas sem jamais tocar. Sei decorar os preconceitos com mantos negros, para que os toques sem os olhar. Sei flutuar sobre o suspiro que me escolhe como mensageira deste momento. Sei ordenar-te nesta coreografia de linhas sem prece nem preceito. E a dança desta escrita viajante recomeça.
Escorrego a cada palavra, desligo cada silêncio do momento exacto e volto a liga-lo noutro lugar. Assim troco as voltas da tua vontade, servindo-me dos malabarismos da minha mente para te ludibriar. E sim, consigo demorar-te nesses segredos invisíveis que moram na película transparente dos sonhos, dos espelhos e das fantasias. Torno-me a maior fonte do teu prazer inexistente. A límpida e iluminada forma de nunca te servir para nada. O meio de transporte que nunca chega quando não tens que seguir para lado algum. As linhas escritas como cópias de outros sentimentos, sentidos por outras personagens às quais conheces os sons e a cor, e que esqueceste debaixo do tapete longínquo da memória. Torno-me uma vulgar, vacilante e desconhecida ilusão. Torno-me distância perdida entre todas as distâncias. Sou o som sonâmbulo de uma sempre eterna e única música, uma canção repetida.
Depois, solenemente, encho-me de uma velha vergonha pelo que nunca presenciei de ti e escondo-me novamente dentro de algo perfeito e confortável que ainda persista em mim. Só saio à noite, e para te escrever. Só saio com a consciência das vontades. Cresço de mim com esse adubo que fermenta o pensamento e o desentranha das ilusões sempre repetidas. Quero corrigir as formas distantes que constantemente te fogem do olhar e desenhar outros olhos que se dirijam também a mim. Quero-me embalar nessas espirais de outras direcções a perseguir.
Quero, quero e quero e a vontade nada mais faz que alargar o tempo. E o tempo dorme com a paciência enquanto eu aqueço as noites e me esqueço de espera-lo pacientemente.
(...)
Este caminho repete a minha paisagem, certa por não ter direcção e regressar ao sonho que ressoa em mim. Esta carta em começo permanente, quer levar-me sem fim à vista, a um olhar. Não sei como começar, antes de viajar dentro dessa eterna imensidão. Não sei como começar sem antes te encontrar por aqui, nesta morada enraizada entre um pensamento e um coração... "
(Agosto 2006)
E assim, Rita continuava a sua viagem sem nome, transpondo para outros dias as marcas sem tempo que antes a desassossegavam. Curiosamente, o passado tornava-se, aos seus sentidos, um balsamo reinventado, de cada vez que caminhava. Um passo atrás de outro. Um passo à frente... Ou nenhum passo :)
domingo, julho 12, 2009
sábado, julho 04, 2009
terça-feira, junho 30, 2009
segunda-feira, junho 29, 2009
Nem Deus nem Senhor
Nem Deus nem senhor - Jose Mario Branco
"A luz é tão cega
Que nunca se entrega
Só se deixa ver
Numa razão de ser
Sem sequer entender
Os olhos que a vão receber
E o rasto que fica
É uma coisa antiga
Que a gente tem pr´a dar
E só pode encontrar
Quando morrer a procurar
Salvo pelo amor
Só se pode ser salvo pelo amor
No sentido perdido ganhador
Não tem Deus nem Senhor
Esta dor
Anda à solta por aí
Que eu bem a vi
Ai, se eu pudesse parar
Se eu vos pudesse contar
Salvo pelo amor
Não existe derrota para a dor
Com o seu capital triturador
Não tem Deus nem Senhor
É simplesmente dor
Que é o que faz questão de ser
Sem entender
Que a vida toda surgiu
De um sol que nunca se viu
Nem sei se existe "
José Mário Branco
(do CD "Resistir é vencer")
segunda-feira, junho 22, 2009
Serve o tempo...
...despendido neste post para dizer que não tenho mais tempo para aqui escrever.
Por enquanto.
Por enquanto.
segunda-feira, junho 08, 2009
As frases
"A arte salva. Salva a cada desilusão, a cada choque, a cada ferida, a cada desespero. É respiração boca a boca. Eu hoje fui salva."
Claudia Portas
Num dos meus passeios pela Internet, encostando o olhar entre páginas das mais diversas naturezas, blogs, twitters e afins, veio ao meu encontro uma frase que toca a realidade que vou vivendo nos últimos tempos. É por estas e outras frases - e outras linguagens que vão aparecendo e traduzindo nos sentidos - que gosto e atribuo significado à palavra coincidência. Coincidência será assim o eterno retorno à descoberta do que reside, resiste, transforma e nasce em mim. A graduação para o que me rodeia.
Claudia Portas
Num dos meus passeios pela Internet, encostando o olhar entre páginas das mais diversas naturezas, blogs, twitters e afins, veio ao meu encontro uma frase que toca a realidade que vou vivendo nos últimos tempos. É por estas e outras frases - e outras linguagens que vão aparecendo e traduzindo nos sentidos - que gosto e atribuo significado à palavra coincidência. Coincidência será assim o eterno retorno à descoberta do que reside, resiste, transforma e nasce em mim. A graduação para o que me rodeia.
sexta-feira, junho 05, 2009
No dia do ambiente...
... uma sugestão:
1º REDUZIR, seguidamente reutilizar e só depois reciclar, sem tentar inverter a ordem.
(porque será que ensinam muito pouco disto em muitas das escolas??)
1º REDUZIR, seguidamente reutilizar e só depois reciclar, sem tentar inverter a ordem.
(porque será que ensinam muito pouco disto em muitas das escolas??)
quinta-feira, junho 04, 2009
segunda-feira, junho 01, 2009
quarta-feira, maio 20, 2009
Apelo
Não respondes, por ti próprio,
Ao meu apelo,
E as linhas que em ti escreves
São sempre sobre outro
Pesadelo.
E eu
Encolho-me com a ideia de não te ver
Chorar,
Nem de me ver nas folhas em branco
Do teu olhar.
Sonhas o céu que um dia já vi,
E corres para a vida que
Espera ao teu lado por ti.
(2000)
Novamente retirado de uma gaveta esquecida
Ao meu apelo,
E as linhas que em ti escreves
São sempre sobre outro
Pesadelo.
E eu
Encolho-me com a ideia de não te ver
Chorar,
Nem de me ver nas folhas em branco
Do teu olhar.
Sonhas o céu que um dia já vi,
E corres para a vida que
Espera ao teu lado por ti.
(2000)
Novamente retirado de uma gaveta esquecida
terça-feira, maio 12, 2009
sexta-feira, maio 08, 2009
Do baú...
Rita escrevia, então, simplesmente e sem objectivo. Sem aparente sentido ou sem pretensão. Escrevia no silêncio, inocente, como se os pensamentos lhe saíssem dos dedos:
"Quem disse que a vida é triste e vazia?
Horizontes inexistentes separam o mundo da vida que lá se vive. Falta de procura, falta de encontros.
Que seria de mim se não me encontrasse com ninguém?...
Pobre de mim, pobre alma, pobre destino, pobre vida.
Que seria de mim se não me encontrasse comigo própria?
É interessante reparar na minha própria vida, reparar que a minha entrega aos que mais amo em nada mudou, que o sentir continua a existir, que o pensamento não se desvaneceu.
Continuo a ser eu, porque me descrevo como o sendo, e no entanto "mudei".
Reconheço-me melhor nas minhas mazelas, nas minhas escolhas, nas minhas decisões e na consciência que tenho das minhas indecisões, no que faço e no que não faço por não saber como fazer...
E estar com gente. Não apenas gente, mas gente com quem gosto de estar, com quem posso simplesmente estar, sem mais porquês, nem esperas, nem desilusões, ou ilusões... e... se... mesmo assim...(com tudo isto) também com a indefinível amizade - palavra que parece ser pequena para que o que comporta.
Vieram-me à poucos dias bater ao pensamento as seguintes palavras: "o meu melhor talento é "amar" pessoas que têm um enorme talento". Essas pessoas. Gente igual a toda a gente... As ditas pessoas especiais. Realmente e simplesmente especiais para mim: grandeza de coração, sensibilidade de alma, sinceridade de entrega e vida, muita vida... Pessoas que brilham no meio do próprio brilho mas que não se esquivam nem têm medo da escuridão, porque também ela as acompanha e acolhe sem as magoar (a escuridão não é necessariamente má - não existe bem ou mal na exaltação dos sentidos). Sabem o que quero, o que vejo, o que sinto, porque o pressentem. Porque também se reconhecem em si e porque os seus olhos dizem com toda a essência o que não se diz e o que dito ou escrito parece banal mas não o é. Gente igual a toda a gente...
Tenho a sorte de, não sei bem como, os amar e conhecer.
Esses seres de outro mundo, um qualquer mundo, este..., o meu mundo. Esses seres do mundo, são essenciais para que eu "respire", para que eu "ande", para que tenha sorriso... para que o olhar brilhe, mesmo que as lágrimas dos mesmos olhos, não me deixem por algum outro motivo ver. (Outubro 2000)"
O tempo espelha-se e os olhos voltam (sempre) a brilhar.
O lugar não mudou muito. Mas o mapa é já outro, entretanto perdido e envelhecido, remetido à memória de alguma gaveta de escritório. As estradas reconhecem também outras paisagens, talvez outros destinos, mas param (curiosamente), volta e meia, nas mesmas encruzilhadas. A eterna sensação de voltar a casa, mesmo que a mente teime em nos afirmar que a casa já não existe.
"(...)no fundo somos simples. Mas só no fundo."
E mesmo que só em alguns momentos.
"Quem disse que a vida é triste e vazia?
Horizontes inexistentes separam o mundo da vida que lá se vive. Falta de procura, falta de encontros.
Que seria de mim se não me encontrasse com ninguém?...
Pobre de mim, pobre alma, pobre destino, pobre vida.
Que seria de mim se não me encontrasse comigo própria?
É interessante reparar na minha própria vida, reparar que a minha entrega aos que mais amo em nada mudou, que o sentir continua a existir, que o pensamento não se desvaneceu.
Continuo a ser eu, porque me descrevo como o sendo, e no entanto "mudei".
Reconheço-me melhor nas minhas mazelas, nas minhas escolhas, nas minhas decisões e na consciência que tenho das minhas indecisões, no que faço e no que não faço por não saber como fazer...
E estar com gente. Não apenas gente, mas gente com quem gosto de estar, com quem posso simplesmente estar, sem mais porquês, nem esperas, nem desilusões, ou ilusões... e... se... mesmo assim...(com tudo isto) também com a indefinível amizade - palavra que parece ser pequena para que o que comporta.
Vieram-me à poucos dias bater ao pensamento as seguintes palavras: "o meu melhor talento é "amar" pessoas que têm um enorme talento". Essas pessoas. Gente igual a toda a gente... As ditas pessoas especiais. Realmente e simplesmente especiais para mim: grandeza de coração, sensibilidade de alma, sinceridade de entrega e vida, muita vida... Pessoas que brilham no meio do próprio brilho mas que não se esquivam nem têm medo da escuridão, porque também ela as acompanha e acolhe sem as magoar (a escuridão não é necessariamente má - não existe bem ou mal na exaltação dos sentidos). Sabem o que quero, o que vejo, o que sinto, porque o pressentem. Porque também se reconhecem em si e porque os seus olhos dizem com toda a essência o que não se diz e o que dito ou escrito parece banal mas não o é. Gente igual a toda a gente...
Tenho a sorte de, não sei bem como, os amar e conhecer.
Esses seres de outro mundo, um qualquer mundo, este..., o meu mundo. Esses seres do mundo, são essenciais para que eu "respire", para que eu "ande", para que tenha sorriso... para que o olhar brilhe, mesmo que as lágrimas dos mesmos olhos, não me deixem por algum outro motivo ver. (Outubro 2000)"
O tempo espelha-se e os olhos voltam (sempre) a brilhar.
O lugar não mudou muito. Mas o mapa é já outro, entretanto perdido e envelhecido, remetido à memória de alguma gaveta de escritório. As estradas reconhecem também outras paisagens, talvez outros destinos, mas param (curiosamente), volta e meia, nas mesmas encruzilhadas. A eterna sensação de voltar a casa, mesmo que a mente teime em nos afirmar que a casa já não existe.
"(...)no fundo somos simples. Mas só no fundo."
E mesmo que só em alguns momentos.
terça-feira, abril 28, 2009
Manhã
"Estou
e num breve instante
sinto tudo
sinto-me tudo
Deito-me no meu corpo
e despeço-me de mim
para me encontrar
no próximo olhar
Ausento-me da morte
não quero nada
eu sou tudo
respiro-me até à exaustão
Nada me alimenta
porque sou feito de todas as coisas
e adormeço onde tombam a luz e a poeira
A vida (ensinaram-me assim)
deve ser bebida
quando os lábios estiverem já mortos
Educadamente mortos"
Mia Couto em
Raiz de Orvalho e Outros Poemas
e num breve instante
sinto tudo
sinto-me tudo
Deito-me no meu corpo
e despeço-me de mim
para me encontrar
no próximo olhar
Ausento-me da morte
não quero nada
eu sou tudo
respiro-me até à exaustão
Nada me alimenta
porque sou feito de todas as coisas
e adormeço onde tombam a luz e a poeira
A vida (ensinaram-me assim)
deve ser bebida
quando os lábios estiverem já mortos
Educadamente mortos"
Mia Couto em
Raiz de Orvalho e Outros Poemas
domingo, abril 26, 2009
terça-feira, abril 07, 2009
Respiração mental
Poder saber de onde vem a ansiedade que se vai intrometendo entre os impulsos já mecanizados da respiração. E de repente sei que respiro e questiono o ar que de novo entra em mim: "por onde andaste e que outros seres percorreste já, para me fazeres sentir assim?"
sexta-feira, abril 03, 2009
segunda-feira, março 30, 2009
Curiosidades...
Como desconhecidos se descobrem e se vão encontrando e reencontrando entre coincidências. Ou como eu gosto de coincidências. Tal como gosto de noites com lua cheia, de leite condensado, de bossa nova, de danças, de bom tempo e às vezes de repouso...
quarta-feira, março 25, 2009
sexta-feira, março 20, 2009
E afinal, se calhar, também eu tenho amigos :)
Recebi o Testemunho. Entregue pelas mãos da Trama, pelos olhos de Catarina.
Primeiro livro à mão, pagina 161, 5ª frase (como um endereço ...)
"Decorreu ano após ano e Goldmundo parecia ter esquecido que outra coisa havia no mundo além da fome, do amor e da fuga silente e sinistra das estações; parecia ter mergulhado por completo no primitivo mundo materno dos instintos."
(Heman Hesse - Narciso e Goldmundo)
Segue para mãos, pfg, andré , Baeta e D. (se por acaso estiverem por aí...)
Primeiro livro à mão, pagina 161, 5ª frase (como um endereço ...)
"Decorreu ano após ano e Goldmundo parecia ter esquecido que outra coisa havia no mundo além da fome, do amor e da fuga silente e sinistra das estações; parecia ter mergulhado por completo no primitivo mundo materno dos instintos."
(Heman Hesse - Narciso e Goldmundo)
Segue para mãos, pfg, andré , Baeta e D. (se por acaso estiverem por aí...)
Surpresa!!!
A corrente continuará ... logo que chegue a casa.
Lembrem-me para trazer os livros comigo...:) (porque me fazem falta... em muitas circunstâncias...).
Lembrem-me para trazer os livros comigo...:) (porque me fazem falta... em muitas circunstâncias...).
quarta-feira, março 18, 2009
Carta
"Minha querida Fata
Dizem que morri, mas apenas mudei de morada.
Esvaziei-me dos sítios onde depositava as esperanças e contradições.
Parti para parte perdida no mapa, por não mais poder regressar à casa agora trancada, onde acumulei o pó e o tempo (...).
Algo se desassossega por aqui.
O que fazer das linhas trancadas nesse outro país distante, agora que não as faço existir?
O que fazer dos pedaços de sentidos que ali ficaram perdidos? (...) Deixo-te por herança paixões e inseguranças (...). Faz-las viver, ainda que longe, talvez na esperança de que alguma gota regresse ao mar que a espera, ou ao olhar que a viu partir. Talvez algum outro olhar também a queira receber.
Um grande abraço
Saudades
Sempre
Rita"
Dizem que morri, mas apenas mudei de morada.
Esvaziei-me dos sítios onde depositava as esperanças e contradições.
Parti para parte perdida no mapa, por não mais poder regressar à casa agora trancada, onde acumulei o pó e o tempo (...).
Algo se desassossega por aqui.
O que fazer das linhas trancadas nesse outro país distante, agora que não as faço existir?
O que fazer dos pedaços de sentidos que ali ficaram perdidos? (...) Deixo-te por herança paixões e inseguranças (...). Faz-las viver, ainda que longe, talvez na esperança de que alguma gota regresse ao mar que a espera, ou ao olhar que a viu partir. Talvez algum outro olhar também a queira receber.
Um grande abraço
Saudades
Sempre
Rita"
Há...
Dias onde algumas palavras passam a não ter muito significado. Momentos onde a luz vai escorregando para nos avisar que estamos a viver pela primeira vez. Vazios que continuam a ser vazios mas trazem a vontade de se preencher, e não existem por si só. Vontades que desconhecem o sentido da palavra vontade. Conceitos que podem ter muitos sentidos. Presenças constantes que nos fazem sentar e levantar do sofá. Sonos atrasados por se cumprir. Sede de aconchegar-me na tarde, acompanhando uma suave melancolia. Um copo de vinho tinto que saboreia o tempo e os sentidos. E ainda, sempre, as palavras como prenuncio de silêncios que falam comigo. Até que alguma outra página se solte dos nossos livros... :)
sexta-feira, março 13, 2009
Para não questionar
jkgvkbdvbjkpwnsjhfwkjebpensarbgjhvg gbjdsjhggjgjhfvv hfgshjfgjhEgjhgbemHHGFJSDGhjkqgdcontraMAOGTYDDFHD ...............
quarta-feira, março 11, 2009
terça-feira, março 10, 2009
quinta-feira, março 05, 2009
terça-feira, março 03, 2009
quarta-feira, fevereiro 25, 2009
Inconsequências
Este silêncio é como o suspiro de um pensamento em branco quebrando com o peso imensurável de todos os vazios, quando abro a porta de casa.
Um sentido disperso, tresmalhado, alheio aos tumultos e batimentos apressados do coração.
A mão no peito para sentir, a mão para medir, a mão confrontando e consolando o sorriso e a solidão. A mão sem sentido para socorrer preces que surgem abafadas pelo silêncio. Percorrer a pulsação. O ostinato dos pensamentos em ritmo de bossa nova.
A luz estanque. Pausa no encadear de ideias que persisto em querer deixar marcadas na tua vida. As mesmas palavras. Uma nova ordem nas palavras que te quero dar.
A memória descarrega imagens em perspectivas privadas e abstractas.
O sol escorregou em câmara lenta na trajectória impotente do céu morno sem saber como regressar. Recolheu e ordenou os pedaços rasgados do passado. E respirou com um só sopro.
Entrou em casa e fechou a porta.
Um sentido disperso, tresmalhado, alheio aos tumultos e batimentos apressados do coração.
A mão no peito para sentir, a mão para medir, a mão confrontando e consolando o sorriso e a solidão. A mão sem sentido para socorrer preces que surgem abafadas pelo silêncio. Percorrer a pulsação. O ostinato dos pensamentos em ritmo de bossa nova.
A luz estanque. Pausa no encadear de ideias que persisto em querer deixar marcadas na tua vida. As mesmas palavras. Uma nova ordem nas palavras que te quero dar.
A memória descarrega imagens em perspectivas privadas e abstractas.
O sol escorregou em câmara lenta na trajectória impotente do céu morno sem saber como regressar. Recolheu e ordenou os pedaços rasgados do passado. E respirou com um só sopro.
Entrou em casa e fechou a porta.
terça-feira, fevereiro 24, 2009
domingo, fevereiro 22, 2009
terça-feira, fevereiro 17, 2009
Ouvi hoje na rádio
"Só há duas emoções na vida: o medo e o amor".
ou como alguém há muito tempo me disse...
"... tudo se resume a amor e morte".
ou como alguém há muito tempo me disse...
"... tudo se resume a amor e morte".
quarta-feira, fevereiro 11, 2009
sexta-feira, janeiro 30, 2009
Personificação e uma "simples" janela
segunda-feira, janeiro 26, 2009
Também
Dizia-me em sonhos:
"Também quero ser casa..."
(sobre a analise casual da raiz de algumas palavras)
"Também quero ser casa..."
(sobre a analise casual da raiz de algumas palavras)
quarta-feira, janeiro 21, 2009
Competição vs Cooperação
Dizia-me em conversa:
"(...) enquanto continuarem a falar em competição - como sempre fazem - e não em cooperação, nada há-de mudar."
"(...) enquanto continuarem a falar em competição - como sempre fazem - e não em cooperação, nada há-de mudar."
domingo, janeiro 11, 2009
sábado, janeiro 03, 2009
quinta-feira, janeiro 01, 2009
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