segunda-feira, outubro 27, 2008

sábado, outubro 25, 2008

?

"Não quero estar sozinha?? ou não quero ser sozinha??"
Decide-te rapariga :)) Se é que para isso tens poder para concretizar alguma decisão...

segunda-feira, outubro 20, 2008

Retratos de um dia I


Não é lugar comum descrever por estas andanças os pormenores, cores e sensações dos dias que por mim passam como se de um quadro (mais um para pendurar) se tratasse. Normalmente assumo uma posição mais dispersa e subjectiva. Alheia a horas e a descrições mais rotineiras. Mas também sou produto do que se torna rotina em ritual e hoje quero, VOU, contar o meu dia, feito de “momentos felizes”. E hoje estou feliz por, aparentemente, pouca coisa :).Hoje, percurso normal entre um acordar igual aos outros, um pequeno almoço tomado fora de casa, igual aos outros, diálogos “internautas”, com os amigos que apenas ficam distantes em espaço e em saudades, e fichas de trabalho para dar “trabalho” aos petizes, igual a outros. Num almoço pouco eficaz (nota mental: “uma sopa não te alimenta o suficiente!!!”) e pouca energia para a labuta que se segue pela tarde. O representar no palco onde o giz desenha letras e onde se cantam algumas canções. Hoje, igual a todos os outros, desenho afectos e ensino notas de música a olhares brilhantes, bocas faladoras e endiabradas mas coloridas pela paixão de querer ouvir, contar e acreditar em algo, e fazer-me sorrir no percurso de tudo isto, mesmo sem energia. Mesmo que o cansaço me lave de pensamentos e acções. E depois ouve-se o toque, arrumam-se as cadeiras, e sai-se para fora. Hoje, carreguei sacos de livros e rádios portáteis e dossiers e um guarda-chuva (para o dia em que não choveu :)). Guardei-os no porta-bagagens e conduzi rumo à estação. Depois, inesperadamente tudo segue em nova forma.

Hoje recebi uma mensagem de um gajo bom (vulgo Homem Lindo). Confirmação. De novo segui para a estação para encontrar a A. ;)(vulgo Amiga Linda). A partir daqui, o dia ganha nova dimensão. Estes dias têm sido como que um enriquecer de alma para mim. Estes breves momentos reinventam em mim o usufruir de lugares, sabores, diálogos, a muito boa companhia, etc, etc. Estes momentos são um reencontro em mim. E é tão simples torná-los em “momentos felizes”, basta vivê-los. E agradecer a quem os proporciona. Basta olha-los como uma outra parte de nós, aparte da que acha que não existe lugar para esta outra, onde os horário não são uma imposição e onde os lugares são todos possíveis de se explorar e saborear, porque existem. Apenas chegar à conclusão que essa parte se enganou. Sim é possível desfrutar deles, basta fazê-lo. Enquanto o dia se faz noite e caminhamos pela cidade que ao pouco e pouco vai encerrando, planeamos futuros roteiros, descobrimos estranhas formas de flores escondidas entre a espuma de uma meia-de-leite, saboreamos comidas enviesadas com conteúdos inesperados. Falo de mim, e a A. ouve como só ela o sabe fazer, e acreditem que por vezes com muita paciência (porque até a mim mesma me apetece socorrer quando o cansaço me faz falar sem parar, principalmente porque gosto mais de a ouvir, do que me ouvir a mim própria a discursar) trocamos de lugar (queria ter sido melhor ouvinte) e estou feliz. Ultimamente são as coisas “simples” que me fazem mais feliz.

Depois é tempo de voltar a casa. Tenho no pensamento escrever sobre as tonalidades da tarde (“vou escrever A. vais ver depois” (…) “ hoje recebi uma mensagem de um gajo bom :) e vou escrever”). Imagino que o possa fazer sem floreados, de um modo concreto e directo, talvez utilizando o humor que utilizo no dia a dia, mas agora fica provado que a prática me demove de escrever de uma outra forma. Talvez um dia... Por hoje, cabe ainda o prazer de receber um postal da terra encantada (Açores) onde as letras da saudade são escritas também por mãos especiais e os meus olhos as lêem com um sorriso nos lábios (aproveita :)ainda havemos de te ir visitar). Cabe ainda um pouco do ego elevado pela recepção, ao chegar a casa, de uma excelente avaliação, numa já distante andança em formação profissional.

Para terminar cabe-me o prazer de escrever. Dito isto, é tempo de tardiamente jantar, entregar-me aos planos de outro dia, abandonar-me ao aconchego da leitura e finalmente adormecer.

Para a semana há mais A..


P.s. eu sei que é só uma mensagem mas gostei de a ter recebido ;) tudo de bom. SEMPRE :):):)

Os trinta





















Estou indecisa! Não sei, dos meus trinta, qual destas fotos e das duas versões é a mais representativa. :)

sábado, outubro 11, 2008

Decoração

Tenho muitos sentidos (deixados pelos últimos dias) a pendurar e a escrever na parede, sentidos que gostava de recordar. Queria listá-los para que a memória não me traia (sempre tive uma ainda grande obsessão por listas e modos de organização...) e para que os possa trazer sempre em mim, como uma aprendizagem. Como parte nova de mim. Mas hoje não vou cumprir esse desejo. Vou deixar fluir este outro momento e deixar a decoração para depois. Vou usufruir dos desejos que foram e estão a ser cumpridos entretanto :) Vou descansar e deixar-me estar. Simplesmente.

:)))))))))))

Amo sorrisos
Os meus
Os dos outros
Os que dos outros se tornam meus

terça-feira, outubro 07, 2008

3 x ...

Lendo-me de mim para mim, tenho a sensação de que estas linhas por vezes se limitam a facetas demasiado líricas de mim própria. Facetas que nem sempre caminham na mesma direcção das escolhas que esperava tomar para mim... ... ... Um dia vou, se o acaso ou o tempo ou outra qualquer circunstancia permitir, escrevinhar sobre isto ... ... ...
(Devo estar a viver, sem me aperceber, vidas paralelas. Certamente!)

terça-feira, setembro 09, 2008

...

Sinto-me extremamente ansiosa hoje! Não consegui descobrir ainda qual a causa.

domingo, setembro 07, 2008

"Libertango"

















...

...

...

...


Eis o que faço numa tarde melancólica e sossegada de domingo. Exorcizo todas as minhas "frustradas" paixões, tornando-as reais (pelo menos por momentos): a dança, o drama, a fotografia, a escrita, a música. O que um tango consegue fazer!!! :) Momentos de puro prazer.

Como ser feliz (ou breve crónica de uma noite repetida em branco)

Deambulavam corpos perdidos pelas ruas da cidade. Copos vazios, conversas perdidas pelas horas, desejos de continuar. O abrigo momentâneo de casas acolhedoras. A vontade de continuar. As cordas de uma guitarra. Olhos desencontrados colhendo palavras ditas por outro olhar. A voz sóbria de uma guitarra em sons dispersos que vagueavam dentro de nós. Dedos dedilhando a guitarra, dedos dedilhando dentro de nós. E a voz que se perdia por dentro. A vontade de encontrar. Mãos vagueando, inocentes, por mãos alheias. Braços que se tocaram. Guitarras que se tocaram dentro de nós. Mãos nas mãos. Braços em forma de abraços. Vozes sussurrando dentro de nós. Olhos perdidos e sorrisos derramados. Olhos perdidos nos sonhos do outro lado de nós. Sorrisos sossegando o sonho. Cordas de uma guitarra distante acordando os sonhos que fizemos de nós. Mão na mão. Beijos abertos pelo afecto. Beijos nascidos dos sorrisos dentro de nós. Beijos sossegados pela razão dos sonhos. Cúmplices beijos repousando nas dobras das nossas mãos. Puros afectos sem tempo nem embaraço. Beijos como agasalhos sem tempo nem transgressão. Amizades compreendidas em gestos inesperados. Silenciosas e inocentes promessas de verdade. Passos pela cidade nua e calma, sem sombras nem ilusão. Passos cúmplices em palavras de regresso sossegando o coração. Agasalhos feitos de abraços. Vozes trocadas entre as mãos, e os olhos e os momentos sem tempo. Trocas de afectos entre os beijos e os sorrisos, escorregando pela rua, com passos em contramão.

E a despedida sem nome, em forma de reencontro. As guitarras distantes. O regresso a casa desenhando passos sonâmbulos, serenos e lentos. As mãos ainda quentes.
O regresso desenhado pensamentos. Os sorrisos que deixaste por dentro.

Os sorrisos renascidos, como beijos, calando pouco a pouco a solidão.

(07-09-08)

sábado, setembro 06, 2008

sexta-feira, agosto 29, 2008

Curiosidade

Doce, ténue, pálido, sagrado

Doce, ténue, pálido e sagrado segredo,
És frágil por não desejares viver sem medo.
Sobrepões os lugares, os dias e os anseios à tua vontade,
Sobrevives sem pulsação.
Idades sem contagem, tempos sem duração.
Tens o empenho dos desejos por cumprir
Alheio aos sons, ao olhar, ao toque, à pele nua,
Ao sopro do vento quente que soletra desencontros enquanto corre contente pela rua,
Ao sangue frio que derramas enquanto descuidas o que amas.
Sofres a solidão em rascunhos de relações desaprovadas,
Resquícios de outras histórias com sobras de uma ilusão.
Semeias culpas inseguras em noites inacabadas,
Regressos a casa sem planos para partir.
Compões harmoniosos prelúdios que morrem sem se tornarem canção.
E depois de em ti serem consumadas todas as incertezas, todas as vaidades,
Todas as inquietações,
Todas as verdades,
Nasces de novo.
Voltas a sorrir.

(Agosto 2008)

sábado, agosto 09, 2008

A primeira manhã

O despertador não me procurou desta vez. Revi aos poucos os traços da noite e a luz fresca que ansiei desenhar na memória da ainda imaculada e inocente manhã. Nada de admirável sobreviveu por aqui que vos possa contar. Sonhos sem sobressaltos que acabei por esquecer e o desejo de sonhar lavado com o abrir de olhos. Roupas atiradas para cima de um sofá, ao acaso, e um dia para completar peça a peça até que a noite regresse para me saudar, indiferente, ou por algum atalho da minha imaginação, com um beijo. É fonte do meu desejo este ambivalente olhar entre as rotinas dos mecanismos diários e a pausa que surge do outro lado do silêncio, que me esquiva dos pensamentos. Lentamente me ponho em pé, ando, abro a porta, lavo a cara e seco as mãos. Paro. Para onde mais me hei-de voltar? Escorre pela pele o atalho secreto dos sentidos que tracei para mim.
Por baixo da porta um recado:
Espera por mim, estou desejoso por te ver de novo.

(Jullho de 2008)
(referente ao tema "desejo" na Minguante - revista de micronarrativas nº 11)

domingo, junho 08, 2008

Resolução

O silêncio sussurrou-me
suavemente ao ouvido
cansado
de esperar
pelo que virá para o substituir...

domingo, dezembro 02, 2007

terça-feira, agosto 07, 2007

À luz do dia









Num passeio matinal e casual pelo centro de Lagos, acabei por redescobrir esta colecção (incompleta ainda) de candeeiros, escondidos pela luz do dia, a altura onde se instalam, a confusão alegre das pessoas que povoam nesta altura as diversas ruas e os olhares pouco atentos ao que vem de cima.

sábado, agosto 04, 2007

terça-feira, junho 19, 2007

Com a luz de um amor perdido

Sento-me agora no lugar mais escuro de mim própria, para que a luz o consiga enfeitar. Sugiro no pensamento algumas sombras projectadas por essa claridade extrínseca, construindo murais de histórias, e crónicas suprimidas. Faço-o para reconstruir páginas brevemente escritas no dia a dia. Para oscilar e deambular entre os contos da realidade e da ficção. Faço-o para te contemplar. Talvez para reavivar ou construir novas recordações. Só assim consigo abordar a tua imagem, agora defendida pela memória, a real imagem, livre dos pressupostos do desejo e dos ornamentos que, dia após dia, fui editando. A luz baça. Filtro das histórias repetidas, construídas, aguardadas, desacertadas, todos os dias. A repetição das respirações dos que nos rodeiam. O contorno da pele dos que se sentam no café ao lado de nós. Os olhares que caem constantemente ao chão. E os passos que voltam a repetir-se nesse mesmo chão. Os relógios imaginários sobrepõem-se ao pensamento. Um tempo longínquo tanto se constrói estanque como velozmente se esvai dentro de nós.
O tempo.
O regresso a casa sem qualquer outra companhia.
O momento em que mudaste de cidade.

Ou talvez tivesses morado de direcção na estrada. Ou mudaste de amor.
Ou o tempo quebrou-se enquanto chegava a casa e desordenou todas as coordenadas da tua localização.
As linhas ordenam-se com regressos ao presente de outros dias. São remendadas as verdades prematuras e disfarçadas convicções ancestrais, apelidadas pelo verbo amadurecer. São imóveis os momentos da mudança dos ventos, porque não te movimentam mais em meu redor. E voltamos ao lugar mais escuro, onde a luz penetra com agilidade, onde nos despedimos até a um mais ver.
És, talvez, amor sem encontro, sem procura e sem intenção. Sem olhar, fingido cego e aparentando casualidade, guiado para o querer ver.
Desenho abstracto de uma luz que descende de um outro tempo.
Sabor enevoado de um banquete sublime à luz de uma lâmpada já apagada.

(Junho 2007)

P.S. A produção escrita escassa por falta de net e de outras condicionantes alheias à minha real vontade. A minhas desculpas aos meus visitantes e amigos, que me acompanham sempre, mesmo quando as distâncias não me trazem a esta esfera. Obrigado, obrigado, obrigado sempre.:)

domingo, abril 29, 2007

O caminho instintivo

Domingo. O dia acorda cedo e sacode restos de sonhos de uma noite folgada. Surge a ideia ainda incerta e ensonada de nos fazermos à estrada. E a ideia faz-se acção.

O carro percorre sem pressa o caminho. Poucos são os que se cruzam por nós. Instalo-me sem pressa no conforto de um passeio sem tempo a cumprir, onde o propósito é receber o que a terra tem para dar, instalar-me discretamente como parte do toda a paisagem que vou percorrendo.

Falamos de muitas coisas. Trocam-se ideias sobre gentes e terras, o bem e o mal que vem da exploração dos recursos e da natureza, o bem que nos faz o cheiro do mar e a paisagem ainda poderosamente ingénua por ser quase intocável, ainda…Discutem-se, pacificamente e sensatamente, os estados da vida que nos vai rodeando e que ultrapassamos na estrada. Meia dúzia de minutos ou aquilo que os sentidos nos sugerem como momento intemporal ou será ainda o tempo que se esvai através das palavras que se vão trocando pelo caminho… E o caminho percorre-se… junto à paisagem, às palavras, ao sossego, ao silêncio.

Sente-se o silêncio, o que fica por detrás do silêncio. E chegamos finalmente ao lugar secreto (que em fé espero tornar-se realmente secreto para que perdure no tempo e no espaço). A manhã esteve clara, calma e aconchegante. Pelas ruas quase desertas passeavam luzes quentes que o sol nos dispunha e a sombra que lhe completava. E alguns turistas também, acho. Tentei fotografar, sem sucesso, as imagens que se desenhavam das ruas estreitas e as cores e os sons que por ali iam passando mas por vezes não há melhor retrato que a futura memória que um momento retém no nosso olhar, esse sim, nestas altura, infalível e multifacetado, porque recolhe todos os outros sentidos e os associa a emoções. A meia de leite soube-me bem. A viajem ao longo do vale também. Ali onde se tocam o Algarve e o Alentejo, a ribeira e o mar, o verde e o branco, a pedra e a areia, as contradições que se completam e se transfiguram num só desempenho. Entre o céu e a terra, todas as fronteiras de um só lugar. Um óptimo exemplo de convivência para a natureza humana. Ali repreendi a redescobrir algumas das lições mais básicas da nossa composta (e algumas vezes simples) existência. Espelhar-me nesse lugar, como em tantos outros por onde passo e passarei, agarrando a consciência da sua múltipla existência em mim.

E de novo, serenamente, voltamos a casa de alma lavada, prometendo intimamente continuar a sentirmo-nos assim.