quarta-feira, maio 20, 2009
Apelo
Não respondes, por ti próprio,
Ao meu apelo,
E as linhas que em ti escreves
São sempre sobre outro
Pesadelo.
E eu
Encolho-me com a ideia de não te ver
Chorar,
Nem de me ver nas folhas em branco
Do teu olhar.
Sonhas o céu que um dia já vi,
E corres para a vida que
Espera ao teu lado por ti.
(2000)
Novamente retirado de uma gaveta esquecida
Ao meu apelo,
E as linhas que em ti escreves
São sempre sobre outro
Pesadelo.
E eu
Encolho-me com a ideia de não te ver
Chorar,
Nem de me ver nas folhas em branco
Do teu olhar.
Sonhas o céu que um dia já vi,
E corres para a vida que
Espera ao teu lado por ti.
(2000)
Novamente retirado de uma gaveta esquecida
terça-feira, maio 12, 2009
sexta-feira, maio 08, 2009
Do baú...
Rita escrevia, então, simplesmente e sem objectivo. Sem aparente sentido ou sem pretensão. Escrevia no silêncio, inocente, como se os pensamentos lhe saíssem dos dedos:
"Quem disse que a vida é triste e vazia?
Horizontes inexistentes separam o mundo da vida que lá se vive. Falta de procura, falta de encontros.
Que seria de mim se não me encontrasse com ninguém?...
Pobre de mim, pobre alma, pobre destino, pobre vida.
Que seria de mim se não me encontrasse comigo própria?
É interessante reparar na minha própria vida, reparar que a minha entrega aos que mais amo em nada mudou, que o sentir continua a existir, que o pensamento não se desvaneceu.
Continuo a ser eu, porque me descrevo como o sendo, e no entanto "mudei".
Reconheço-me melhor nas minhas mazelas, nas minhas escolhas, nas minhas decisões e na consciência que tenho das minhas indecisões, no que faço e no que não faço por não saber como fazer...
E estar com gente. Não apenas gente, mas gente com quem gosto de estar, com quem posso simplesmente estar, sem mais porquês, nem esperas, nem desilusões, ou ilusões... e... se... mesmo assim...(com tudo isto) também com a indefinível amizade - palavra que parece ser pequena para que o que comporta.
Vieram-me à poucos dias bater ao pensamento as seguintes palavras: "o meu melhor talento é "amar" pessoas que têm um enorme talento". Essas pessoas. Gente igual a toda a gente... As ditas pessoas especiais. Realmente e simplesmente especiais para mim: grandeza de coração, sensibilidade de alma, sinceridade de entrega e vida, muita vida... Pessoas que brilham no meio do próprio brilho mas que não se esquivam nem têm medo da escuridão, porque também ela as acompanha e acolhe sem as magoar (a escuridão não é necessariamente má - não existe bem ou mal na exaltação dos sentidos). Sabem o que quero, o que vejo, o que sinto, porque o pressentem. Porque também se reconhecem em si e porque os seus olhos dizem com toda a essência o que não se diz e o que dito ou escrito parece banal mas não o é. Gente igual a toda a gente...
Tenho a sorte de, não sei bem como, os amar e conhecer.
Esses seres de outro mundo, um qualquer mundo, este..., o meu mundo. Esses seres do mundo, são essenciais para que eu "respire", para que eu "ande", para que tenha sorriso... para que o olhar brilhe, mesmo que as lágrimas dos mesmos olhos, não me deixem por algum outro motivo ver. (Outubro 2000)"
O tempo espelha-se e os olhos voltam (sempre) a brilhar.
O lugar não mudou muito. Mas o mapa é já outro, entretanto perdido e envelhecido, remetido à memória de alguma gaveta de escritório. As estradas reconhecem também outras paisagens, talvez outros destinos, mas param (curiosamente), volta e meia, nas mesmas encruzilhadas. A eterna sensação de voltar a casa, mesmo que a mente teime em nos afirmar que a casa já não existe.
"(...)no fundo somos simples. Mas só no fundo."
E mesmo que só em alguns momentos.
"Quem disse que a vida é triste e vazia?
Horizontes inexistentes separam o mundo da vida que lá se vive. Falta de procura, falta de encontros.
Que seria de mim se não me encontrasse com ninguém?...
Pobre de mim, pobre alma, pobre destino, pobre vida.
Que seria de mim se não me encontrasse comigo própria?
É interessante reparar na minha própria vida, reparar que a minha entrega aos que mais amo em nada mudou, que o sentir continua a existir, que o pensamento não se desvaneceu.
Continuo a ser eu, porque me descrevo como o sendo, e no entanto "mudei".
Reconheço-me melhor nas minhas mazelas, nas minhas escolhas, nas minhas decisões e na consciência que tenho das minhas indecisões, no que faço e no que não faço por não saber como fazer...
E estar com gente. Não apenas gente, mas gente com quem gosto de estar, com quem posso simplesmente estar, sem mais porquês, nem esperas, nem desilusões, ou ilusões... e... se... mesmo assim...(com tudo isto) também com a indefinível amizade - palavra que parece ser pequena para que o que comporta.
Vieram-me à poucos dias bater ao pensamento as seguintes palavras: "o meu melhor talento é "amar" pessoas que têm um enorme talento". Essas pessoas. Gente igual a toda a gente... As ditas pessoas especiais. Realmente e simplesmente especiais para mim: grandeza de coração, sensibilidade de alma, sinceridade de entrega e vida, muita vida... Pessoas que brilham no meio do próprio brilho mas que não se esquivam nem têm medo da escuridão, porque também ela as acompanha e acolhe sem as magoar (a escuridão não é necessariamente má - não existe bem ou mal na exaltação dos sentidos). Sabem o que quero, o que vejo, o que sinto, porque o pressentem. Porque também se reconhecem em si e porque os seus olhos dizem com toda a essência o que não se diz e o que dito ou escrito parece banal mas não o é. Gente igual a toda a gente...
Tenho a sorte de, não sei bem como, os amar e conhecer.
Esses seres de outro mundo, um qualquer mundo, este..., o meu mundo. Esses seres do mundo, são essenciais para que eu "respire", para que eu "ande", para que tenha sorriso... para que o olhar brilhe, mesmo que as lágrimas dos mesmos olhos, não me deixem por algum outro motivo ver. (Outubro 2000)"
O tempo espelha-se e os olhos voltam (sempre) a brilhar.
O lugar não mudou muito. Mas o mapa é já outro, entretanto perdido e envelhecido, remetido à memória de alguma gaveta de escritório. As estradas reconhecem também outras paisagens, talvez outros destinos, mas param (curiosamente), volta e meia, nas mesmas encruzilhadas. A eterna sensação de voltar a casa, mesmo que a mente teime em nos afirmar que a casa já não existe.
"(...)no fundo somos simples. Mas só no fundo."
E mesmo que só em alguns momentos.
terça-feira, abril 28, 2009
Manhã
"Estou
e num breve instante
sinto tudo
sinto-me tudo
Deito-me no meu corpo
e despeço-me de mim
para me encontrar
no próximo olhar
Ausento-me da morte
não quero nada
eu sou tudo
respiro-me até à exaustão
Nada me alimenta
porque sou feito de todas as coisas
e adormeço onde tombam a luz e a poeira
A vida (ensinaram-me assim)
deve ser bebida
quando os lábios estiverem já mortos
Educadamente mortos"
Mia Couto em
Raiz de Orvalho e Outros Poemas
e num breve instante
sinto tudo
sinto-me tudo
Deito-me no meu corpo
e despeço-me de mim
para me encontrar
no próximo olhar
Ausento-me da morte
não quero nada
eu sou tudo
respiro-me até à exaustão
Nada me alimenta
porque sou feito de todas as coisas
e adormeço onde tombam a luz e a poeira
A vida (ensinaram-me assim)
deve ser bebida
quando os lábios estiverem já mortos
Educadamente mortos"
Mia Couto em
Raiz de Orvalho e Outros Poemas
domingo, abril 26, 2009
terça-feira, abril 07, 2009
Respiração mental
Poder saber de onde vem a ansiedade que se vai intrometendo entre os impulsos já mecanizados da respiração. E de repente sei que respiro e questiono o ar que de novo entra em mim: "por onde andaste e que outros seres percorreste já, para me fazeres sentir assim?"
sexta-feira, abril 03, 2009
segunda-feira, março 30, 2009
Curiosidades...
Como desconhecidos se descobrem e se vão encontrando e reencontrando entre coincidências. Ou como eu gosto de coincidências. Tal como gosto de noites com lua cheia, de leite condensado, de bossa nova, de danças, de bom tempo e às vezes de repouso...
quarta-feira, março 25, 2009
sexta-feira, março 20, 2009
E afinal, se calhar, também eu tenho amigos :)
Recebi o Testemunho. Entregue pelas mãos da Trama, pelos olhos de Catarina.
Primeiro livro à mão, pagina 161, 5ª frase (como um endereço ...)
"Decorreu ano após ano e Goldmundo parecia ter esquecido que outra coisa havia no mundo além da fome, do amor e da fuga silente e sinistra das estações; parecia ter mergulhado por completo no primitivo mundo materno dos instintos."
(Heman Hesse - Narciso e Goldmundo)
Segue para mãos, pfg, andré , Baeta e D. (se por acaso estiverem por aí...)
Primeiro livro à mão, pagina 161, 5ª frase (como um endereço ...)
"Decorreu ano após ano e Goldmundo parecia ter esquecido que outra coisa havia no mundo além da fome, do amor e da fuga silente e sinistra das estações; parecia ter mergulhado por completo no primitivo mundo materno dos instintos."
(Heman Hesse - Narciso e Goldmundo)
Segue para mãos, pfg, andré , Baeta e D. (se por acaso estiverem por aí...)
Surpresa!!!
A corrente continuará ... logo que chegue a casa.
Lembrem-me para trazer os livros comigo...:) (porque me fazem falta... em muitas circunstâncias...).
Lembrem-me para trazer os livros comigo...:) (porque me fazem falta... em muitas circunstâncias...).
quarta-feira, março 18, 2009
Carta
"Minha querida Fata
Dizem que morri, mas apenas mudei de morada.
Esvaziei-me dos sítios onde depositava as esperanças e contradições.
Parti para parte perdida no mapa, por não mais poder regressar à casa agora trancada, onde acumulei o pó e o tempo (...).
Algo se desassossega por aqui.
O que fazer das linhas trancadas nesse outro país distante, agora que não as faço existir?
O que fazer dos pedaços de sentidos que ali ficaram perdidos? (...) Deixo-te por herança paixões e inseguranças (...). Faz-las viver, ainda que longe, talvez na esperança de que alguma gota regresse ao mar que a espera, ou ao olhar que a viu partir. Talvez algum outro olhar também a queira receber.
Um grande abraço
Saudades
Sempre
Rita"
Dizem que morri, mas apenas mudei de morada.
Esvaziei-me dos sítios onde depositava as esperanças e contradições.
Parti para parte perdida no mapa, por não mais poder regressar à casa agora trancada, onde acumulei o pó e o tempo (...).
Algo se desassossega por aqui.
O que fazer das linhas trancadas nesse outro país distante, agora que não as faço existir?
O que fazer dos pedaços de sentidos que ali ficaram perdidos? (...) Deixo-te por herança paixões e inseguranças (...). Faz-las viver, ainda que longe, talvez na esperança de que alguma gota regresse ao mar que a espera, ou ao olhar que a viu partir. Talvez algum outro olhar também a queira receber.
Um grande abraço
Saudades
Sempre
Rita"
Há...
Dias onde algumas palavras passam a não ter muito significado. Momentos onde a luz vai escorregando para nos avisar que estamos a viver pela primeira vez. Vazios que continuam a ser vazios mas trazem a vontade de se preencher, e não existem por si só. Vontades que desconhecem o sentido da palavra vontade. Conceitos que podem ter muitos sentidos. Presenças constantes que nos fazem sentar e levantar do sofá. Sonos atrasados por se cumprir. Sede de aconchegar-me na tarde, acompanhando uma suave melancolia. Um copo de vinho tinto que saboreia o tempo e os sentidos. E ainda, sempre, as palavras como prenuncio de silêncios que falam comigo. Até que alguma outra página se solte dos nossos livros... :)
sexta-feira, março 13, 2009
Para não questionar
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