domingo, dezembro 01, 2013

Nada...


Não há memória possível de descrever nesse espaço sem tempo. Nem sorriso possível de repetir. Nem som que me faça mover sem sentido. Não há partícula que alcance a superfície da pele. Não há. Não há expressão. Não há sentido.
É o branco que me chama aqui. O imaginar cálido do nada. Da cor que tudo recebe. Onde me transporto sem nada comigo levar. Não há passado, não há futuro, nem há sequer presente nestas palavras. Tudo desvanece no nada. E do nada ressoa uma pulsação ilusória que me adormece. Voltarei a perder-me nas linhas numa outra dimensão com sentido, quando o sentido se repor, quando a memória ressuscitar, quando o soluçar tropeçar nesta matéria pouco concreta, quase secreta, pouco provável, provavelmente etérea, evaporada. Mas por enquanto, o que me leva ao mundo e o que me lava a alma dormente e desamparada, é simplesmente nada…

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