Mar alto com maré baixa
Quando foi que te avistei?
Pressenti a minha vida
E na terra naveguei
Com noites abri a ferida
E com sonhos a curei.
Bálsamo calmo e vazio
Presença de um sol esquecido
Gelo frágil, só e frio
Cura da noite a lembrança
Lamento de um barco perdido
A paga a lenta esperança.
Visão que se apaga e repete
Repartindo o nevoeiro
Entre a planície e a serra.
A lua perdida das estrelas
Encontra por fim o veleiro
Que sem velas e sem lume
Promete ancorar na terra.