Não há memória possível de descrever nesse
espaço sem tempo. Nem sorriso possível de repetir. Nem som que me faça mover
sem sentido. Não há partícula que alcance a superfície da pele. Não há. Não há
expressão. Não há sentido.
É o branco que me chama aqui. O imaginar cálido
do nada. Da cor que tudo recebe. Onde me transporto sem nada comigo levar. Não
há passado, não há futuro, nem há sequer presente nestas palavras. Tudo
desvanece no nada. E do nada ressoa uma pulsação ilusória que me adormece.
Voltarei a perder-me nas linhas numa outra dimensão com sentido, quando o
sentido se repor, quando a memória ressuscitar, quando o soluçar tropeçar nesta
matéria pouco concreta, quase secreta, pouco provável, provavelmente etérea, evaporada.
Mas por enquanto, o que me leva ao mundo e o que me lava a alma dormente e
desamparada, é simplesmente nada…
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