O tempo.
O regresso a casa sem qualquer outra companhia.
O momento em que mudaste de cidade.
Ou talvez tivesses morado de direcção na estrada. Ou mudaste de amor.
Ou o tempo quebrou-se enquanto chegava a casa e desordenou todas as coordenadas da tua localização.
As linhas ordenam-se com regressos ao presente de outros dias. São remendadas as verdades prematuras e disfarçadas convicções ancestrais, apelidadas pelo verbo amadurecer. São imóveis os momentos da mudança dos ventos, porque não te movimentam mais em meu redor. E voltamos ao lugar mais escuro, onde a luz penetra com agilidade, onde nos despedimos até a um mais ver.
És, talvez, amor sem encontro, sem procura e sem intenção. Sem olhar, fingido cego e aparentando casualidade, guiado para o querer ver.
Desenho abstracto de uma luz que descende de um outro tempo.
Sabor enevoado de um banquete sublime à luz de uma lâmpada já apagada.
P.S. A produção escrita escassa por falta de net e de outras condicionantes alheias à minha real vontade. A minhas desculpas aos meus visitantes e amigos, que me acompanham sempre, mesmo quando as distâncias não me trazem a esta esfera. Obrigado, obrigado, obrigado sempre.:)
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